MALANJE
Recentemente recebemos a visita inesperada da Inspecção Geral de Trabalho com o objectivo, segundo os senhores, de realizar uma visita informativa e dar algumas recomendações. A verdade é que nos encontramos com um acto inspectivo onde constataram algumas transgressões.
Graças a Deus todos os nossos trabalhadores estão inscritos na segurança social e temos pago as cotizações mensalmente. Agora nos encontramos com um aumento do governo em 30% nos ordenados mínimos e temos que adequar os ordenados a esta normativa. Outra das exigências é a contratação de um técnico de segurança de higiene no trabalho. A terceira é contratar um seguro de acidentes de trabalho. Pela nossa parte concordamos que tudo isto se deve cumprir mas também o estado deveria apoiar e velar por este tipo de instituições como a Casa do Gaiato.
Depois de informarmos que as receitas dos nossos trabalhadores muitas vezes não chegam para pagar os ordenados, nos recomendaram fechar tudo por insolvência. Não demorei em perguntar-lhes se achavam que colocar 40 famílias na rua era a solução. De momento estamos a fazer tudo por tudo para resolver a multidão de documentos que agora nos estão a exigir tratando-nos como uma empresa. A pior parte vai ser arranjar os meios económicos para superar esta situação e não ter que despedir operários. Também é um tempo para que os nossos trabalhadores se comprometam com mais força na colaboração com as áreas de produção.
Padre Rafael