
MALANJE
Há dias, vimos, numa publicação nas redes sociais, um grupo de adolescentes e jovens que vivia num prédio abandonado na cidade de Malanje. Não demorou a reacção dos diversos organismos do Estado encarregados de proteger as crianças que vivem nas ruas. Entre eles, uma reunião urgente para ver como as organizações (incluindo a Casa do Gaiato de Malanje) que acolhem crianças, podiam dar uma resposta a esta situação. No mesmo dia em que fomos convocados para tal encontro, dois franciscanos apareceram a pedir para recebermos um adolescente que morava no andar térreo de um prédio e que já não queria mais morar na rua. Informei aos frades que se dirigissem ao governo para orientar com urgência o acolhimento do desamparado. Dois dias depois, vi o vídeo e percebi que um dos meninos entrevistados era este menino.
Este mês receberemos alguns novos rapazes, e não será fácil escolher, porque não há lugar nem condições para todos. Alguns vivem sozinhos, a pedirem para serem acolhidos; outros através das Irmãs e missionários que conhecem os casos; outros, com suas próprias famílias desestruturadas ou sem condições; outros por meio de instituições governamentais. Primeiro leremos os pedidos, depois tentaremos fazer uma visita, depois dar-lhe-emos a oportunidade de ficar alguns dias para ver se se adaptam à nossa Aldeia, por último prepararemos toda a documentação para ficar permanentemente.
Na nossa Casa estamos a terminar o ano lectivo que passa fundamentalmente por resolver a situação daqueles que terminaram o seu processo escolar e vão continuar a sua formação fora de Casa, pelos que vão ingressar na vida laboral e pelos que tiveram um comportamento negativo ao longo do ano. Em seguida, iniciaremos as reuniões de assembleia para pôr em comum a memória do curso feito pelos responsáveis de cada área e local. Finalmente a eleição dos novos chefes, no dia do Padre Américo.
Chega-nos a notícia de que o Padre Telmo publicou um novo livro aos 95 anos. Como diz o Evangelho, o vinho melhora com os anos e vamos receber, nesse novo livro, mais um copo daquele tinto maduro que está naquele barril que foi construído com tantos anos de amor e dedicação aos pobres. Obrigado Pai Telmo.
Padre Rafael