MALANJE

Na manhã de 6 de Dezembro acordámos com a triste notícia do falecimento do nosso Padre Manuel António. Como na maior parte das vezes, ninguém conta com a partida de um ente querido e neste caso ela se cumpre uma vez mais. Se me pedissem para destacar três aspectos do Padre Manuel António, escolheria estes: um Homem que soube unir duas realidades que por vezes parecem inconciliáveis, como a oração e a acção; um Pai que sempre viveu com "coração de pai", como o Papa Francisco intitula na sua nova carta apostólica; um Sacerdote totalmente apaixonado pelo Padre Américo e seu ministério de serviço aos Pobres.

Angola também lamenta a partida de um dos fundadores da Obra da Rua nestas terras e centenas de gaiatos reconhecem-no como um verdadeiro Pai. Também tantos Pobres que durante décadas encontraram no Padre Manuel António o seu abrigo e refúgio no meio das dificuldades e das guerras.

Em conversa com uma das pessoas mais próximas do nosso Padre Manuel, ela me disse que dois pedidos estavam sempre presentes em suas orações ao seu Jesus: o primeiro, as vocações dos Padres e Seminaristas para a Obra da Rua, e o segundo, a unidade de todos os Padres. Certamente que do Céu e junto com o Padre Américo ele realizará esta e tantas outras necessidades que a nossa Obra está a viver.

Por estes dias, dois dos nossos gaiatos pediram para sair da nossa Casa por motivos diversos, procurámos alertá-los das dificuldades que irão encontrar na vida, mas como está escrito: A nossa Casa é de portas abertas, não criamos rapazes domados. Quanto estão por vontade própria, tudo é vencido pelo amor; quando estão contra a própria vontade, nem a comunidade, nem o rapaz saem beneficiados. Nestes casos tentamos encontrar um familiar próximo e entregamo-lo a ele.

Padre Rafael