MALANJE
Os dias passam e a humanidade continua expectante, esperando uma vacina que consiga combater o Covid-19. Confinamentos, medidas de protecção, encerramento de fronteiras. Neste momento, todos os países olham com admiração para o nosso Portugal por ter dados tão positivos na luta contra esta pandemia.
Por outro lado, o medo das consequências económicas que trarão tantas medidas e restrições. É verdade que um grande surto de solidariedade está surgindo em todo o mundo e que, no final, as pessoas estão mais dispostas a ajudar-se umas às outras do que as próprias instituições, onde, às vezes, parece que querem fazer negócios com o sofrimento.
Em Angola, desde 26 de Abril, algumas restrições foram levantadas, como ir ao local de trabalho. No caso da nossa Casa do Gaiato de Malanje, já começaram os trabalhos na carpintaria, serração, serralharia... e o restante pessoal foi para a Carianga. Também o horário de trabalho será das 7 às 14 horas. No domingo, os chefes da casa e todos os rapazes que têm alguma responsabilidade, reuniram-se para unificar os critérios nesta nova etapa.
Hoje, 29 de Abril, na cidade de Luanda, fizeram a última despedida ao corpo sem vida de nosso gaiato, Hernane Avelino. Deixa esposa e dois filhos. Um acidente de carro terminou com sua vida no local. Ele foi chefe-maioral por dois anos e meio, conseguindo lutar com grande determinação com certos vícios que tínhamos em nossa Casa e recuperar a pedagogia da Obra da Rua. Todos ficamos chocados com esta perda. Tendo completado seus estudos de engenharia e um futuro promissor. Do silêncio e da oração, erguemos o olhar para o Pai, pedindo pela alma deste nosso filho.
Padre Rafael