MALANJE

Entramos no tempo seco, a que aqui chamam Inverno. Desde o mês de Maio até ao de Setembro, não cairá uma gota de água. No nosso caso, é um tempo óptimo para começarmos a nossa horta: couves, repolhos, tomates, pimentos, etc. — para nosso consumo e para vendermos.

Este ano contamos com a instalação do sistema de rega oferecido pela Casa do Gaiato de Setúbal. São meses de muito trabalho e de procurar receber da terra o fruto de tudo quanto semeámos.

Os rapazes estão de férias, depois do primeiro trimestre. São quinze dias. Um grupo de trinta vai até à fazenda da Carianga trabalhar no campo. Normalmente, depois do pequeno-almoço, às 7:30h, iniciam o trabalho até às 11:00h da manhã, para descansar e comer. Depois retomam-no por volta das 14:00h até às 16:00h.

Continuamos com a serração parada e com muitas dificuldades para conseguir madeira para a nossa carpintaria. Graças a Deus, terminámos as mesas para a escola e conseguimos concluir o projecto de ampliação das salas, graças à ajuda de Manos Unidas. Para já, estão em funcionamento, mas serão inauguradas oficialmente no dia de Padre Américo.

Há dias, recebemos a notícia da morte da Avó Kudimba, uma das nossas antigas trabalhadoras da lavandaria. Problemas de estômago e outras complicações acabaram com a sua vida. Sempre a recordaremos como uma mãe para os nossos gaiatos, pois esteve nesta Casa mais de vinte anos.

Termino este escrito no pombal, onde P.e Telmo costumava escrever esses lindos textos que lemos n'O GAIATO, quando está em Angola. Todos aqui perguntam por P.e Telmo - também as árvores, os pássaros e o vento. Um abraço.

Padre Rafael