MALANJE 

Estamos perto de celebrar mais um aniversário do Pai Américo e, para além do aspecto celebrativo, sentimo-nos desafiados, enquanto Padres da Rua, a continuar a servir a Obra da Rua com a dedicação e a paixão que ele demonstrou.

O Papa Francisco mostra-nos continuamente a necessidade de uma mudança de paradigma na Igreja e a recente nomeação de Monsenhor Víctor Manuel Fernández (conhecido na Argentina como "Tucho") para o Dicastério da Doutrina da Fé, com quem me encontrei durante a minha visita à Argentina, mostra-nos que não devemos ter medo de nos abrir, de dialogar e de fugir do perigo de nos fecharmos como os discípulos depois da morte de Cristo.

O maior perigo para a Obra continua a ser o da Igreja e dos primeiros discípulos: "pensar que estamos sozinhos e o medo do fracasso", quando sabemos que o Espírito caminha sempre connosco e Deus conta com os fracassos.

Neste momento a Obra da Rua e os Padres da Rua são desafiados a descobrir um novo Paradigma, sabendo que não há respostas mágicas e conscientes de que é preciso ir ao fundo de nós mesmos e ter a coragem de nos interrogarmos com o convite do Papa a apostar na participação de todos como elo entre comunhão e missão.

Para redescobrir este Paradigma que não nos faz perder a originalidade da nossa Obra, temos de partir de quatro questões fundamentais: 1 — O que é que devemos observar e escrutinar sobre a nossa missão. 2 — Que perguntas devemos formular para encontrar a resposta à nossa missão? 3 — Como estruturar essas questões. 4 — Como interpretar os resultados para o futuro?

Perante o Estado e outras autoridades sabemos que devemos cumprir a lei, mas ao mesmo tempo estamos conscientes de aspectos como: o Amor como dom gratuito, a incondicionalidade, o ser e viver com os pobres como pobres... Em conclusão, o ser família nunca poderá ser substituído por nenhuma instituição e isso está no coração da Obra da Rua e será sempre guardado pelos padres e Mães da Rua.

Padre Rafael