
DOUTRINA
Os nossos Irmãos separados são Irmãos
Vem a dizer em um órgão de cultura que tenho aqui sobre a mesa de trabalho, que na Inglaterra protestante acaba de se formar a Liga pró Restauração Monte-Cassino, a qual é presidida por oito bispos anglicanos de outras tantas catedrais fundadas e servidas por monges beneditinos até aos dias da Reforma. Aonde também entram cinco colégios universitários de Oxford e Cambridge e quatro abadias. O propósito da Liga é angariar donativos, espécies bibliográficas e tudo o mais que possa ser útil à reconstrução do baluarte da Regra.
É possível que alguns dos leitores conheçam a notícia e que, ao sabê-la, tenham experimentado a mesma alegria que eu experimentei. É possível. Mas como nem todos, certamente, têm tempo de ler revistas aonde estas coisas aparecem, dá-se aqui o acontecimento para refrescar as almas.
Eu tenho que estas notícias é que são de dar. Elas é que mostram o homem tal qual é - a criatura mais perfeita que saiu das mãos do seu Criador: Paulo minus ab angelis.
As outras, as notícias da destruição, como vinham naquele tempo, se não podiam ser caladas, deviam aparecer de tarja os jornais que as davam. Não a marcar o luto dos mortos, mas sim a insânia dos chamados grandes!
Outro ponto de regozijo comum é sabermos de onde e de quem partiu esta iniciativa: Os nossos Irmãos separados são Irmãos.
Lê-se, ainda, na revista de cultura, a nomeação do actual abade do Mosteiro, o 298.° sucessor de S. Bento, ao qual o Prior deu a posse num pequenino oratório de tábuas levantado no pedregulho das ruínas. Ruínas do edifício, já se vê! A Regra não. Essa está intacta.
PAI AMÉRICO, Notas
da Quinzena, 1986, pgs 125-126.