
DOUTRINA
O fundamento do cristianismo é a renúncia
Eu tivera o cuidado de avisar, mui discretamente, que lhe não podia ministrar a Comunhão à Missa, por indecorosa.
- Ora essa; eu cá sou católica praticante!
Pela sua própria boca se condenou; a ela e a esta geração. Já não seria pequeno mal dizer-se católica; porém declarou-se praticante - e isso é bem pior.
Aqui há tempos, celebrava no altar de uma paróquia e ao abrir o sacrário vem de lá uma baforada de perfume! Os cristãos de hoje querem secularizar Jesus. Ele há-de conformar-se com o mundo muito embora haja dito que o Seu Reino não é deste mundo. É tal. Lá está o cheirinho no sacrário. Nós não havemos de ser como Ele? Não senhor. Ele é que há-de ser como nós! O fel e o vinagre. Os cravos e a cruz não são nem representam nada. Um frasquinho de cheiro. Um arco-íris nos altares. Umas devoçõezinhas piegas - e eis. Programazinho delicioso de tais católicos praticantes que desacreditam a nossa santa Religião. Os de pouca fé, vacilam. Os descrentes, fogem.
Ora a verdade toda está em que o fundamento do Cristianismo é a renúncia. Jesus Cristo foi o pregador da renúncia que ensinava, praticando-a. Ele mesmo.
Praticar a renúncia todos os dias; fazê-lo por amor do Mestre, até nas coisas que nos são lícitas, isso chama-se, e de facto é, ser católico praticante. O mais, são apetites. Apetitezinhos.
Pai Américo, Notas da Quinzena, 45-46