DA NOSSA VIDA

81 anos

É motivo de alegria e admiração e de dar graças a Deus: O GAIATO faz 81 anos. De 15 em 15 dias, ei-lo sempre novo, sempre vivo, sempre desejado pelos seus leitores e por quem espelha nele a sua vida: os Rapazes, as Senhoras, os Padres e, quando oportuno, a palavra dos nossos amigos.

Era o dia 5 de Março de 1944, em que nasceu O GAIATO. Uns dias antes, Pai Américo recebeu da Tipografia da Casa Nun'Alvares o primeiro número que idealizou e compôs, pronto para ser distribuído pelos Rapazes: de Paço de Sousa e de Miranda. Em Lisboa, onde ainda não tinha nascido a Casa do Gaiato, «é o Ardina da "Casa do Ardina" que vende e guarda a comissão para fundo da Obra deles.»

Três Casas compunham a Obra, e foi altura de Pai Américo falar delas em desenvolvidos artigos: De como nasceu a Casa do Gaiato do Porto, … a Casa do Gaiato de Coimbra, … o Lar dos Pupilos dos Reformatórios, com a relação de habitantes, à data, de cada Casa: 51 em Paço de Sousa; 33 em Coimbra; 22 no Lar dos Pupilos dos Reformatórios. Cada Casa deu as suas notícias e Pai Américo juntou pequenos comentários às necessidades da Obra e para dizer quem era esta Obra nascente.

À maneira dos escritores sagrados de há séculos, Pai Américo nunca assinou qualquer texto seu, o que manteve até ao fim. Sim, ele sentia que o que escrevia não era seu, era resultado do impulso do Espírito que lhe dava a «veia» para escrever. Eram palavras de sangue, ao ritmo do bater do coração. Portanto, não era ele na sua individualidade, inteligência, cultura, dom, mas ele e mais Alguém que o impelia. Falar de si, nunca, por isso o propósito de escrever «De como subi ao altar» não passou disso.

A ânsia de bem enchia a vida de Pai Américo. Por diversos testemunhos percebemos claramente como comunicava aos seus contemporâneos esse bem, a quem o via, ouvia e lia, sinal da justiça em que a sua vida mergulhava. Para sempre ficou gravado n'O GAIATO esse bem, que levou um dos nossos leitores a proclamar: «Eu quero este jornal até morrer!».

Padre Júlio