DA NOSSA VIDA

Edição 2000

Num mundo turbulento como o nosso, a constância d'O GAIATO ao longo de 76 anos é algo de salientar e de dar louvores Àquele sobre cujo Nome assenta o Jornal e a Obra de que este fala. Tem sido uma fidelidade assumida por grandíssimo número de obreiros, cada qual participando num desejo comum de edificar e manter viva esta Obra que Pai Américo viu antes de feita.

Este grandíssimo número de obreiros, a trabalhar generosa e amorosamente, foram e hão-de continuar a ser a génese de uma Obra viva e sempre nova, apesar dos percalços sempre postos no seu caminho, os quais revelam e confirmam a autenticidade e fidelidade d'Ela ao seu carisma.

Todos os quinze dias, com chuva ou com sol, sem tempo para férias, eis O GAIATO pronto a ser lido em ambiente de meditação, caído nas mãos dos seus leitores e assinantes, desde o ano de 1944 até ao futuro sempre presente. Cada edição sua é uma revelação de coisas novas tiradas do baú onde se guardam as ditas novas e velhas, puxadas por corações de criança aspirando ao Reino de paz e justiça. Assim será «até ao fim do mundo», no dizer profético de Pai Américo.

O tempo que passou faz d'O GAIATO um memorial de histórias vivas e verdadeiras, onde se lêem os acontecimentos, as vidas a nascer e a partir para uma nova Vida que se quis e procurou e achou aqui. Foi neste sentido o querer de Pai Américo, de ter no Céu os filhos que a Obra gerou. Os seus testemunhos ficaram impressos no Jornal, daquilo que é possível transmitir, mas as suas vidas alcançam Lá a plenitude.

Para os que continuam a fazer história, O GAIATO tem as suas colunas abertas e do mesmo modo, porque «todo o espaço e todo o tempo é pouco para revelar Cristo às almas». História feita, muitas vezes, de pequenas estórias que espelham vidas sofredoras, cujos personagens ficam anónimos por discrição, mas cujas experiências clamam ao mundo por justiça, justa porque adequada. Só será adequada se procurar promover o seu bem.

O GAIATO edição 2000, nasce num tempo difícil para todas as sociedades humanas, devido a uma pandemia. A primeira edição apareceu num tempo ainda mais difícil, decorria a Segunda Guerra Mundial. Não se pode pensar em retirar da vida humana este carácter de dificuldade. Mas pode-se acender uma luz no meio das trevas resultantes destas guerras ou pandemias. E ainda que as não haja outras dores pedem luz. O GAIATO nasceu com esta vocação, mostrar ao mundo todo o Bem que é preciso fazer e fazê-lo.

Padre Júlio