DA NOSSA VIDA
Eles
Entre nós, o tempo de férias também é feito por nós. Quer dizer que ninguém está dispensado de dar a sua contribuição para que a vida decorra, também neste tempo, com toda a normalidade.
Fui passar uma tarde com o grupo que goza o seu tempo de praia na nossa casa de Azurara. Sendo poucos como são, mais necessário se torna a mãozinha de cada um nas tarefas que se impõem.
Depois um tempinho de descanso à chegada, foi o lanche. Um pequeno e simples lanche que eles prepararam e serviram para todos. Terminado o «repasto», e por motu próprio, levantaram e limparam as mesas. De seguida, houve que preparar as leituras para a Eucaristia vespertina que íamos celebrar. Os leitores fizeram a preparação prévia, após o que fui eu fazer a minha.
A Palavra centrava-se no conhecimento de Deus. Terra a terra como somos, sabemos que para conhecer não é preciso ver. Senão, o que poderiam conhecer os cegos? Os outros sentidos fazem a vez da visão no conhecimento, embora eles tanto gostassem de ver. Nós também não vemos a Deus, mas a fé é o sentido com que O podemos conhecer, embora tanto gostássemos de O ver. Vê-lO-emos, depois.
Depois de saborearmos as realidades que não se vêem, veio o jantar, outra realidade a saborear, mais eles que eu, contentando-me com o habitual frugal alimento que o estômago assim o exige. Mesa posta, bem posta com antecedência, um serviço a condizer com a boa ordem, os pratos bem servidos de sopa antes que os restantes comensais se venham sentar à mesa. Depois desta, por onde me fiquei, as travessas bem servidas pois era preciso retemperar forças da jogatana que fizéramos, onde o resultado espelhava o esforço despendido: 7-6.
O chá que o Fausto está sempre pronto a oferecer-nos, não foi dispensado por ninguém. É um jeito que lhe vem do seu tempo de «salinheiro» na Casa do Gaiato de Malanje, que sempre serve como quem agradece.
Seguiram-se-lhe as tarefas habituais das mesas e das limpezas, tudo realizado com a aplicação de todos na parte que lhes competia. Para a actualidade e para a posteridade, fica a imagem dos preparatórios do jantar, onde o «Guga», o Nuno e o Alziro confeccionam a salada que os Rapazes, todos eles, muito apreciam.
Será possível fazê-los mais felizes no presente e prepará-los melhor
para o futuro? Quem me lê dará a sua resposta; a minha diz que isto não
é mais que um louvor à vida: deles, por eles, para eles!
Padre Júlio