DA NOSSA VIDA

Páscoa

Imersos no mundo, partilhamos das suas dores, hoje tão acentuadas e expostas aos olhos e sentir de todos.

Mas o Tempo é de Páscoa, passagem da dor à alegria, da servidão à liberdade, das trevas à luz. Tempo de vislumbrar de longe a Terra Prometida, onde corre a paz e a comunhão, de onde nos chega a Promessa e a luz para percorrermos, sem desânimo, o caminho que a Ela nos conduz.

Apesar de, presentemente, confinados num espaço reduzido, mais ou menos confortável, por força de um possível contágio, não estamos confinados aos limites impostos pela fragilidade humana porque a morte foi vencida, a vida é uma certeza e, para quem crê, o Passadiço foi definitivamente estabelecido sobre o abismo que as separava.

Fomos constituídos testemunhas desta Verdade, anunciando por palavras e por obras a Boa Nova de que a verdade da morte foi reduzida aos seus estritos limites, que já não enquadram os Pobres a quem é anunciada.

O pragmatismo, que caracteriza a vida do mundo, com a Páscoa adquire horizontes sem limite, perdendo as causas o poder de gerar efeitos arbitrários. Tudo será vida, mas em tudo haverá paz.

Entendidos os males dos contágios mortíferos, não há mais razão para nos sujeitarmos a eles. A vida tem de ser renovada, os objectivos a que nos propomos têm de coincidir com o Bem-comum, relegando para as antípodas o bem pessoal quando não andam irmanados. Bem-comum que não é gregário, mas que se constata e confirma quando o Pobre encontrou nele o seu Bem.

Celebremos a Páscoa que Jesus Cristo iniciou, em que Ele é o caminho dessa passagem para a vida, oferecida a todos que livremente aderem à verdade que Ele é. Todos os temores foram vencidos pelo Seu amor, eterno como Ele. Ele é a nossa Páscoa.

Padre Júlio