DA NOSSA VIDA
90 Anos!
Há 90 anos, completados no p.p. dia 28 de Julho, Américo Monteiro de Aguiar era ordenado presbítero, culminando um longo processo de escuta, confronto e decisão na sua vida, ao longo de 41 anos. Na idade infantil/adolescente era forte o desejo de corresponder ao apelo da força espiritual interior que o atraía para o serviço divino; mais tarde, na juventude e durante anos de idade adulta, procurou o conhecimento do mundo e usufruto do que ele oferecia, sem nunca se deixar dominar por ele; depois, concluindo serem efémeros e inúteis esses anos que vivera, numa vida vazia e sem sentido, abriu-se-lhe "o caminho da luz" que lhe lavou a alma e lhe incutiu o mandato de ser ele também luz para os que ainda andavam adormecidos como ele andara. Não com palavras nem pela força das ideias, mas com a força do testemunho de quem vive o que diz. Assim nasceu o Padre Américo.
Escolheu como fonte permanente para a sua vida a Palavra que não se esgota, nem perde a sua força, nem envelhece ou morre: o Evangelho. Ele que é o reflexo e a Presença de Jesus Cristo para quem O escuta, olha e come; Ele é a luz, a sabedoria e o alimento de quem O segue. Por isso, o meditar contínuo, o ruminar d'Ele no coração e na vida, resultou no homem novo que foi fermento de uma sociedade nova.
A árvore conhece-se pelos frutos que produz. Pai Américo produziu abundantes frutos de que muitos se alimentaram, revigorando as suas vidas. Uma multidão imensa de Rejeitados, Pobres de muitas pobrezas que venceram a miséria, mas também muitos outros que conheceram, através dele, o sentido feliz a dar às suas vidas.
O fruto maior da vida de Pai Américo foi a Obra da Rua. Obra que, conscientemente, nunca atribuiu a si, mas a Deus, que plantou, cuidou e fez crescer por Suas mãos. A sua admiração por esta graça que nele se realizava, começou precisamente na hora da sua ordenação, ao inscrever no seu nome o ponto de exclamação perante tamanha graça naquele momento recebida: P. Américo!.
Padre Américo Monteiro de Aguiar pôs-se então a caminho. Escolheu como meios fundamentais para o seu agir a pobreza e a obediência. Posta em marcha a Obra que coincidiu com a sua vida, nunca mais quis outra riqueza senão a pobreza «heróica e dolorosa, amada por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo»; e, imitando o agir do Mestre, nada fazer por livre arbítrio mas com o acordo do seu Bispo.
A Obra cresceu inopinadamente, como chuva que cai sobre terra estéril produzindo inesperados frutos em tão pouco tempo; «ninguém faria mais e melhor», naquelas condições completamente adversas.
Novos obreiros vão surgindo ao longo dos quase oitenta anos da sua existência formal, que se completarão a 7 de Janeiro de 2020. Pai Américo acertou no vinte, como se dizia quando as classificações tinham esse valor como o máximo. E deixou-nos a ajuda para o seguirmos, expressas em letra de forma, nas Normas de Vida para os padres da rua e em muitos outros escritos para os cristãos e homens de boa vontade.
Aguardamos, agora, expectantes, a voz da Igreja de quem Pai Américo foi e é, na confirmação da heroicidade da sua vida, seguindo os passos de Cristo, nas virtudes que podemos elencar, de forma leve, por palavras suas:
Padre Júlio