DA NOSSA VIDA

Moçambique

A nossa Casa do Gaiato de Maputo, como referi na penúltima edição d'O GAIATO, não está neste momento a ser dirigida pela nossa Obra. Através de manipulações ilegais na revisão dos Estatutos, que remontam a 2014, só constatadas por nós no ano passado, foi-nos retirada toda a responsabilidade na direcção dessa Casa do Gaiato.

Pessoas estranhas ao seu quotidiano funcionamento, foram enquadradas pelo nosso Padre José Maria nos órgãos sociais da Associação em que se constituíra formalmente a Casa, com o nome de Associação Obra da Rua — Casa do Gaiato de Maputo. A colaboração dessas pessoas presumia-se desinteressada, segundo o espírito que Pai Américo implementou na nossa Obra. Ao invés, o que se verificou a partir da referida revisão dos Estatutos, foi que passaram a assumir posições de poder, como pudemos começar a constatar em 2018. Nas irregularidades que cometeram a partir de 2014, não lhes faltou a colaboração da senhora Quitéria Paciência Torres, por nós habitualmente tratada por Ir. Quitéria, acabando por reduzir a presença da Obra da Rua nessa Casa a uma mera função decorativa, lugar que nunca poderá ser o nosso, visto caber-nos uma responsabilidade fundamental na fundação das Casas e na vida das mesmas.

Ainda desconhecedores da trama que envolveu a Casa do Gaiato de Moçambique desde 2014, enviámos lá o nosso Padre Rafael, em Fevereiro de 2018, para procurar manter contactos com todas as pessoas ligadas à Casa e resolver a inexistência de um padre nessa Casa que assumisse a sua Direcção, correspondendo ao que nos vinha sendo pedido pela Igreja Local. A nossa ideia era que Padre Rafael iria acumular com a Direcção da Casa do Gaiato de Malanje, pelo mínimo tempo possível, até que o novo padre que a Providência divina nos enviara em Janeiro, o Padre Fernando, tivesse condições para assumir esse encargo definitivamente. O primeiro sinal de que algo estava errado, foi dado quando a Associação não aceitou a nossa indicação do Padre Rafael como Director da Casa, mas exigiu que fosse ela mesma a propor o Director, baseando-se na revisão dos Estatutos que, nessa parte, constatamos depois da ida em Maio para Maputo do nosso Padre Fernando, terem nela sido cometidas ilegalidades.

Quando em Outubro estivemos os três padres referidos, em Maputo, para conduzir o Padre Fernando na Direcção da Casa, tivemos a recusa reptícia da senhora Quitéria Torres e seus colaboradores directos, dos membros dos órgãos sociais da Associação e da própria Assembleia Geral que, para além desse tipo de comportamento, aprovou uma nova revisão aos Estatutos, a qual aumentou ainda mais o fosso entre a Obra da Rua e a mesma Associação.

Por tal motivo, só nos restava ausentar-nos de todas estas pessoas, apesar de as mesmas terem procurado inocentar as suas posições com arranjos que nunca poderiam ter a nossa concordância, como o convite que nos fizeram para concorrermos aos órgãos sociais da Associação. A Obra da Rua não é candidata a qualquer tipo de eleição, embora seja mais democrática que os que criam as leis para se defenderem e promoverem.

Apesar dos condicionalismos locais e da distância que nos separa, estamos presentemente a ponderar formas de repor a legalidade na vida dessa nossa Casa.

A todos os nossos Leitores e Amigos, especialmente aos que nos últimos meses colaboraram nas iniciativas que a Obra da Rua em Portugal foi tomando para angariar meios para trabalhos a efectuar na Casa do Gaiato de Maputo, como a conduta para abastecimento de água e outras iniciativas, queremos dar-lhes este especial conhecimento, esperando que no futuro haja possibilidade de concretizar o que até aqui não pudemos fazer.

Padre Júlio