DA NOSSA VIDA

Luzes e sombras de 2018

Muitas foram as provações na vida da nossa Obra neste ano de 2018 que agora finda. Mas o Senhor d'Ela, não esteve ausente nem despreocupado. Cuidou deste seu pequeno rebanho enviando-nos dois sacerdotes, com já larga experiência de vida, para a partilharem com os que estamos, nos trabalhos, canseiras e alegrias, que, numa vida de serviço aos Pobres, são persistentes.

No início do ano, quando estávamos pressionados para que enviássemos um padre, que não tínhamos, para a Casa do Gaiato de Moçambique, surgiu-nos imprevistamente, o P.e Fernando, precisamente ele que sentira o piscar de olhos dessas terras africanas.

Foi alívio e consolo, que o dom de Deus traz sempre consigo: «Vinde a Mim vós que andais cansados... e Eu vos aliviarei». Cumpriu-se a Providência de Deus, mas os homens podem alterar-Lhe o rumo. Isso mesmo sucedeu. Foram tais os obstáculos que nos puseram na Casa que o nosso Padre José Maria construiu, com a ajuda de tantos Amigos da Obra da Rua, que o nosso pensamento, da entrega da responsabilidade dessa Casa ao Padre Fernando, caiu por terra. Estivemos lá três de nós, Padre Fernando, Padre Rafael e eu, mas tivemos que sair, deixando a Casa e os seus rapazes nas mãos de quem impediu que as orientações traçadas pela Obra da Rua se concretizassem. Não abandonamos, deixamos alguém a tratar do que fazer para que a verdade das coisas seja reposta. Padre Rafael regressou a Malanje, eu a Paço de Sousa e o Padre Fernando disponível para trabalhar no que as necessidades da Obra pedem, nomeadamente no Calvário.

Em finais do Verão deste ano, outro sacerdote, o Padre Lacerda, brasileiro de origem mas com uma costela transmontana (também Padre Fernando e Padre Telmo são originariamente transmontanos), mandou-nos um e-mail manifestando o seu desejo de vir conhecer a Obra do Pai Américo. Claro que respondemos afirmativamente, além de que, também nós temos o desejo de um dia estarmos presentes no Brasil, onde Pai Américo deixou um rasto indelével, com uma Casa do Gaiato constituída por rapazes do povo irmão, no outro lado do mar.

Chegou Novembro, e com ele chegou o Padre Lacerda, com amplas liberdades de acção dadas pelo seu Bispo, D. Gil Moreira. Foi mais um irmão sacerdote que chegou, outra presença do Senhor para que, todos juntos, rememos contra os ventos e marés que os tempos actuais desencadeiam na nossa vida, e a Obra da Rua prossiga o seu caminho.

Outros mais virão. Pai Américo, nas Normas de Vida dos Padres da Rua, n.° 18, nos lembra: «Recordem a toda a hora que sem Ele nada é possível e com Ele nada é impossível. Neste sentido, o "padre da rua" não aceita dúvidas. É um obreiro do Senhor que vê a Obra feita antes de começada».

Padre Júlio