
CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
Acolhimento de imigrantes - ponto de situação
Em crónicas anteriores, demos aqui conta do que fizemos para lidar com uma realidade nova para nós que é o acolhimento de imigrantes que têm vindo recentemente cá para estes lados. Referimos aqui o caso de um argelino que era explorado por uma empresa do ramo da construção civil que o despediu e que o deixou a viver na rua precisamente no dia em que íamos ao seu encontro, numa freguesia vizinha onde morava, para o ajudarmos no que estivesse ao nosso alcance. Desencontramo-nos, porque meia hora antes de lá chegarmos ele tinha partido para o Porto para se juntar a compatriotas sem abrigo que estavam a viver numa casa abandonada, debaixo da Ponte de D. Luís.
O que conseguimos fazer nessa situação foi encaminhá-lo para uma organização que dá apoio a pessoas sem abrigo na qual ele pôde ter acesso a refeições todos os dias, banho e, também, à frequência de um curso de Português.
Chegou-nos há dias a notícia de que não concluiu o curso de Português porque foi para Beja, para um trabalho que vai durar 3 meses. Esperemos que não volte a ser explorado por lá e que o seu empregador lhe proporcione uma remuneração justa e condições de vida condignas.
Em crónica anterior também demos aqui conta de outro imigrante, este vindo do Nepal, pelo qual temos podido fazer mais do que no caso atrás referido. Este começou a trabalhar numa organização cá da nossa zona que está a gostar do seu trabalho e onde ele também está a gostar de trabalhar. Vários portugueses passaram por esse posto de trabalho, mas não souberam, ou não quiseram aproveitar essa oportunidade preferindo outros modos de vida.
Foi preciso algum tempo para verificar a situação deste nepalês no que se refere ao que é preciso para poder ter uma autorização de residência em Portugal. O que depende dele neste domínio está feito. Agora é preciso que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras faça o que lhe compete.
Uma mão caridosa permitiu que se tivesse resolvido bem o seu alojamento, embora num regime temporário, até se poder encontrar uma outra solução. Não é nada fácil encontrá-la porque alojamento para alugar em condições condignas e com renda acessível não há cá para estes lados, mas temos agora uma solução em vista. Vai ser preciso investirmos nela algum dinheiro e ainda vai demorar algum tempo, mas é viável.
Depois de ter feito o trajecto ao contrário do argelino de quem há bocado falamos, mais precisamente, depois de ter estado no Alentejo em trabalhos precários e mal pagos, a viver juntamente com outras pessoas num contentor sem electricidade e sem aquecimento durante o Inverno, este nepalês dá sinais de se estar a sentir bem por cá. O melhor sinal nesse sentido é ele começar a fazer projectos de trazer para junto dele a sua mulher e os seus dois filhos pequenos para construir a sua vida familiar por cá.
Sabemos doutras Conferências Vicentinas da nossa zona que também estão a lidar com este tipo de situação e a fazer o que podem para ajudar, mas não é fácil tanto no que se refere ao processo de legalização destas pessoas, como no que se refere a encontrar empregadores que lhes proporcionem condições de trabalho condignas.
Daremos notícias quando houver novidades nesta nova frente do nosso trabalho.
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Américo Mendes