CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

O agradecimento

A breve crónica de hoje é só a propósito de situações que nos vão acontecendo e cujos detalhes não interessa estar aqui a expor que têm que ver com o agradecimento pela ajuda que prestamos às pessoas de quem cuidamos.

Muitas vezes esse agradecimento não vem. Não se quer com isto dizer que essas pessoas nos têm que agradecer a nós. Nada disso. Só estamos a fazer a nossa obrigação de ajudar o próximo. Por isso, não temos que ficar nada zangados por não nos agradecerem.

O que está aqui em causa é outro tipo de agradecimento. Aquele que realmente interessa quer se trate de ajuda aos pobres, quer doutros tipos de ajuda.

O agradecimento que realmente interessa é que quem recebeu uma ajuda, por sua vez também ajude alguém a quem possa ser útil. Isto aplica-se não só a uma pessoa carenciada de alguma coisa que lhe podemos providenciar, mas também se aplica a todos nós. Todos nós fomos e estamos a ser ajudados por alguém. Por isso, todos nós temos o dever de retribuir nas formas que estiverem ao nosso alcance.

Respeitamos, e não estamos aqui para criticar, quem retribui cumprindo uma promessa que fez a Nossa Senhora de Fátima, ou a um santo da sua devoção, mas para o agradecimento ser total deve haver essa outra retribuição que é ajudar quem precisa.

Se pensarmos bem, temos muito para retribuir e muitas pessoas a quem podemos fazer chegar a retribuição que mais interessa que é ajudarmos quem precisa, mesmo que estes nunca voltem para trás para nos agradecerem. Dos dez leprosos só um voltou para trás para agradecer a Cristo e foi o que menos se esperava que o fizesse: foi o estrangeiro, o samaritano.

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Américo Mendes