CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

Faltamos com esta crónica nos dois últimos números do jornal, mas estamos de volta. Obviamente, haja esta crónica, ou não haja, a actividade da nossa Conferência continua, sem interrupções. É uma actividade feita de gestos nada espectaculares e que não se prestam a grandes histórias, porque são pequenos cuidados prestados a quem vamos conseguindo identificar com necessidade de ajuda. Aqui é uma ajuda na mercearia. Ali é o pagamento de parte das despesas com medicamentos. Acolá é uma ajuda nos transportes escolares. Em permanência e, desde há muito, é a atenção a quem vive nas mais de dez casas do Património dos Pobres da paróquia e à manutenção dessas habitações.

Neste momento temos pela frente trabalhos em três dessas casas. Numa casa está a ser a sua pintura e mais alguns arranjos depois do falecimento da pessoa que lá vivia e antes da entrada de um novo morador.

Noutra casa que não foi construída de raiz como casa do Património dos Pobres é uma nova casa de banho que será preciso construir porque a divisão da casa que tem estado a servir para esta função não tem características condignas para o efeito. É verdade que quem lá mora não é um exemplo de asseio, mas isto não é razão para que se deixe de fazer esse melhoramento.

Na terceira casa, as melhorias que foram feitas há uns tempos atrás e que pareciam que a tinham deixado em boas condições, agora, com as chuvas, vieram a revelar-se insuficientes. Há uma parte da casa que precisa que todo o chão seja refeito para evitar encharcamento.

Ainda quanto a habitações, mas num outro género de problemas, vão-nos surgindo situações de famílias que precisam de ajuda para alojar um dos seus membros que é idoso ou que acamou e de quem querem cuidar, ou que gostariam de poder ter por perto para poderem mais facilmente cuidar. Infelizmente, na maior parte dos casos não conseguimos dar resposta a estas situações. O bom cuidado dos idosos, ou de pessoas que ficam acamadas é, de certeza absoluta, um dos maiores problemas sociais deste país que só tenderá a agravar-se.

Não falando das famílias que esquecem os seus idosos, nas outras que têm vontade de cuidar deles, a grande maioria das habitações não se presta a isso e as vidas profissionais também limitam muito essa vontade. Há um mar imenso de coisas por fazer para ajudar estas famílias e para chamar à pedra as outras famílias que atiram os seus idosos para o esquecimento e para o isolamento.

Grande parte das pessoas que ajudamos são idosos, ou pessoas limitadas na sua autonomia, mas não conseguimos ir a todas, nem dar respostas que vão para além das nossas capacidades. De qualquer maneira, se todos fizerem o que estiver ao seu alcance, por pouco que seja, certamente que haverá mais pessoas a viverem a última parte da sua vida de uma forma condigna.

Que Deus nos ajude a estarmos sempre atentos e disponíveis para gestos, por pequenos que sejam, de cuidado dos outros, especialmente os mais vulneráveis.

Os nossos contactos (só para assuntos da Conferência e não para assuntos da administração do jornal)

Conferência de Paço de Sousa

A/C Jornal O Gaiato - 4560-373 Paço de Sousa

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Américo Mendes