CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

 "Desculpem o que eu fiz, mas não me abandonem!"

A crónica de hoje é quase toda sobre pessoas que vieram doutras localidades e que cá chegaram a precisar de ajuda.

Comecemos por duas senhoras que faleceram recentemente pertencentes a famílias acompanhadas há bastante tempo pela nossa Conferência. Que Deus as tenha na paz do Céu.

Uma delas era de cá. Já pesavam muito nela a idade e a saúde frágil. A outra viveu grande parte da sua vida com um problema de saúde muito penoso que acabou por a vitimar já não cá, mas num hospital longe daqui onde passou os últimos tempos da sua vida. Era de uma família muito difícil. Pela mão do Sr. Padre Júlio que muitas vezes lhe valeu fomos visitá-los no sítio onde habitavam antes de virem para cá. Era uma casa isolada, a cair de velha e imunda. Viviam viciados na mendicidade. Quando para cá vieram não se conseguiu mudar-lhes esse vício. O mais que se conseguiu fazer foi proporcionar-lhes um alojamento condigno, mas que continuaram a tratar com o mesmo desleixo em que antes viviam, apesar de muitas admoestações da nossa parte.

Muito mais recente em termos de pessoas que vieram para cá morar vindas doutras localidades e a precisar de ajuda é o caso de um casal que não nos contou logo de início a sua história. Pareceu-nos que precisavam de ajuda de emergência e por isso ajudamos. Nesta ajuda incluiu-se arranjar, de imediato, para o marido, trabalho remunerado, com o devido contrato como manda a lei. Viemos, depois, a saber parte das suas atribuladas histórias de vida. Fruto dessas complicações, o marido acabou por deixar o emprego que lhe tido sido proporcionado. Num género diferente do caso atrás relatado, este também não é nada fácil, exigindo muita ponderação da nossa parte. Como sempre procuramos fazer, vamos continuar a estar vigilantes para o que der e vier.

Quanto a pessoas também doutras localidades, temos outra que já cá viveu e que lá onde agora reside está numa situação muito má, onde há violência doméstica e outros problemas. Em tempos proporcionamos-lhe uma saída dessa situação, mas essa pessoa, na altura, não a aceitou. Mesmo vivendo-se em más condições, há impedimentos para se sair dessa situação que quem a vive sente melhor do que ninguém e que não consegue facilmente ultrapassar. Por isso, não forçamos. Fizemos o que podíamos e devíamos que foi responder ao apelo dessa pessoa quando rejeitou a nossa proposta: "Desculpem o que eu fiz, mas não me abandonem!". Também aqui fizemos o que costumamos fazer, ou seja, continuamos vigilantes para o que desse e viesse.

Há dias esta pessoa voltou a procurar-nos. Agora já quer mesmo mudar a sua vida no sentido que lhe tínhamos proposto. Como, entretanto, se perspectiva uma solução mais adequada para este caso do que a que inicialmente lhe tínhamos proposto, estamos a tratar do que é preciso para a tornar possível.

Por causa de situações que aqui relatamos, vamos precisar de fazer alguma limpeza e algumas reparações numa casa do Património dos Pobres. Também há outra casa do Património dos Pobres a precisar de instalações sanitárias condignas que nesta altura não tem.

Antes de terminar, uma referência à pandemia do COVID 19. Ela também por cá anda, tal como infelizmente é o caso no resto do país e no resto do Mundo. Das várias situações de infecção que cá têm ocorrido, não identificamos ainda nenhuma onde tenha sido precisa a nossa ajuda de uma forma muito intensa. Cada família que tem sido atingida vai conseguindo cuidar dos seus. Dito isto, também aqui continuamos vigilantes para o que der e vier.

Os nossos votos de boa saúde para todos os leitores e suas famílias.

Os nossos contactos (só para assuntos da Conferência e não para assuntos da administração do jornal)

Conferência de Paço de Sousa

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Américo Mendes