CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

Cuidar do próximo cansa

Se viermos aqui falar de novo da pandemia poder haver quem já não tenha paciência para ouvir falar mais sobre o assunto. Isto acontece principalmente nos que ainda não foram directamente afectados por ela na sua saúde, no seu emprego ou nos seus rendimentos. 

Obviamente, também estão cansados com a pandemia e querem que ela passe depressa todos aqueles a quem ela tem causado prejuízos.

Se o cansaço destes últimos é compreensível, há no cansaço dos outros a quem a pandemia não afectou directamente situações que correspondem ao cansaço em cuidar do próximo, ou seja, situações de egoísmo.

Um dos efeitos principais desta pandemia tem sido levar-nos a ter comportamentos de cuidado com o próximo, dos quais o mais visível e frequente é o uso da máscara. Ora, estes comportamentos geram incómodo ao qual há pessoas que só se sujeitam se forem obrigadas a isso.

Quer neste contexto de pandemia, quer noutros contextos, cuidar do próximo custa. Cuidar do próximo rouba-nos tempo ao que queremos dedicar a nós próprios. Cuidar do próximo leva-nos a ter que lidar com situações que são difíceis, que nos fazem perder a paciência, que não conseguimos resolver logo ou que nunca conseguiremos resolver, mas das quais não devemos desistir.

Por isso, se surgirem situações em que temos mesmo que cuidar do próximo, voluntariamente ou à força, desejamos que essas situações passem depressa porque, se se prolongarem no tempo, isso vai gerar cansaço.

Ora cuidar do próximo é algo que deve estar sempre presente nos nossos comportamentos, haja pandemia ou não haja. Claro que a pandemia tem trazido mais casos para acudir na nossa e nas outras Conferências, mas antes da pandemia já por cá andávamos, com as nossas limitações, a procurar cuidar do próximo e por cá será preciso continuarmos a andar quando ela passar. Não pode haver nem cansaço, nem "desconfinamento" nesta contínua necessidade de cuidar do próximo, seja através da acção vicentina, seja por outras vias.

Se a pandemia vier a deixar algum efeito de natureza permanente, que seja este de haver mais pessoas que passem a ter mais presente nos seus comportamentos o cuidado com o seu próximo.

Os nossos contactos (só para assuntos da Conferência e não para assuntos da administração do jornal)

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Américo Mendes