CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

As Conferências Vicentinas e o trabalho em rede

O foco principal de cada Conferência Vicentina terá que ser sempre ajudar o seu próximo mais próximo e mais carente dessa ajuda, ou seja, o da sua paróquia.

Dito isto, as Conferências Vicentinas não devem ficar focadas exclusivamente nas suas paróquias. Precisam de ir para além disso.

Uma razão para não se ficarem por aí pode ser porque precisam de angariar recursos para o seu trabalho. A nossa Conferência é bem um exemplo desta situação e, por isso, estamos permanentemente aos nossos leitores que vão confiando no nosso trabalho e continuam a ajudar-nos.

As Conferências Vicentinas também devem fazer o que estiver ao seu alcance para colaborar com causas que vão para além das pessoas que ajudam nas suas paróquias. Tudo o que tem sido feito e o muito que ainda precisa e, certamente, vai ser feito para a construção dessa obra exemplar que é a Casa Ozanam, em S. João de Ver, é uma das provas concretas de que as Conferências Vicentinas da Diocese do Porto e as doutras partes do país e do mundo têm horizontes que vão para além das suas paróquias.

Ter esta visão alargada do trabalho vicentino é um caminho muito difícil. As dificuldades com que cada Conferência se confronta para mobilizar pessoas e recursos para levar por diante o seu trabalho são grandes para quase todas elas. Por isso, a tendência natural é cada uma fechar-se sobre si própria, sem, em conjunto, as Conferências procurarem formas de se poderem entre-ajudar. Não que isto não esteja a ser feito, mas há aqui ainda muito chão pela frente a percorrer. Muitas vezes podem ser entre-ajudas que parecem pequenas, mas, devagar se vai ao longe.

Com 302 Conferências espalhadas por toda a Diocese do Porto, envolvendo 3363 Vicentinos, os Vicentinos são, de certeza absoluta, juntamente com as IPSS ligadas à Igreja, a maior expressão organizada da acção social da Igreja nesta diocese.

As Conferências Vicentinas são aqui, pelo menos, a rede de acção social da Igreja mais distribuída pelo território e que chega mais directamente às pessoas que precisam de ajuda. Têm, por isso, um potencial que pode e deve ser muito mais aproveitado para se entre-ajudarem melhor e para mobilizarem mais pessoas e mais recursos para o trabalho que fazem fundado na visita domiciliária que deve ser a sua marca distintiva.

Américo Mendes