CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
As Conferências Vicentinas
Como os leitores que nos acompanham regularmente sabem, na nossa Paróquia tem sido a Conferência Vicentina que tem suportado financeiramente os custos de reparação e melhoria das casas do Património dos Pobres. Por isso, temos procurado ter nas nossas contas uma reserva para ir provendo a essas necessidades. Com o pagamento das últimas reparações feitas nessas casas, reparações essas que, num dos casos, foi grande, essa reserva esgotou-se.
Por isso, mas também porque é sempre este o nosso dever, teremos que ir gerindo as nossas finanças com o maior rigor que for possível, sempre muito gratos a todos os leitores que continuam generosamente a ajudar-nos.
Nesse sentido estamos a passar a pente fino todas as situações em que ajudamos na compra de medicamentos que é a conta maior que temos que pagar todos os meses.
A propósito disto, vale a pena pensarmos no que deve ser a relação das Conferências Vicentinas com o dinheiro e, por vezes, não é.
Uma dessas vezes é quando numa reunião não há dinheiro naquela hora para distribuir e, por isso, é o cabo dos trabalhos porque parece que não há assunto mais importante do que esse para a reunião.
Na primeira "reunião" do que foi o embrião das Conferências Vicentinas, Ozanam e os seus amigos não tinham dinheiro para distribuir às pessoas que foram ajudar.
Há outros casos onde vicentinos discutem asperamente e se zangam entre si por questões de dinheiro.
Outros casos piores ainda são quando se sai do movimento vicentino por problemas de dinheiro.
Também são de lamentar conflitos que existem entre certos párocos e certas Conferências por causa deste tipo de problemas, situação que, no nosso caso, felizmente não temos, mas que outras Conferências têm. As Conferências Vicentinas são um movimento de leigos, que é dirigido por leigos. As Conferências Vicentinas não são dirigidas por párocos, sem prejuízo do papel essencial e insubstituível que estes devem ter e, felizmente, muitos têm no apoio à actividades das conferências e à mobilização dos paroquianos para esse objectivo. No outro sentido também deve haver por parte das Conferências um esforço constante de manter as melhores relações possíveis com a Paróquia e com o seu pároco.
Por isso, há que procurar colocar sempre cada coisa e cada pessoa no seu devido lugar: o dinheiro das Conferências que não deve ter o lugar primeiro naquilo que as Conferências devem fazer; os vicentinos devem desempenhar o seu papel de leigos empenhados no serviço ao próximo que mais precisa; os párocos devem respeitar a autonomia das Conferências Vicentinas, e não devem ser seus "dirigentes", de facto, mas antes pôr a sua função ao serviço da mobilização dos paroquianos para a ajuda ao próximo desta forma organizada que é a das Conferências Vicentinas.
Américo Mendes