CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
"A ACÇÃO VICENTINA NÃO É DISTRIBUIR DINHEIRO E COISAS."
Dito isto, a visita domiciliária, quando é mera rotina, também não chega até ao essencial da acção vicentina. Ela só vai na direcção certa quando o vicentino se preocupa em procurar formas de fazer com que as pessoas que visita possam sair dos "círculos viciosos" em que se encontram. Isto é muito difícil e muitas vezes não se consegue. Quando julgamos que finalmente conseguimos, a situação pode voltar para trás, sendo preciso tentar de novo, sempre, sem desistir.
É o caso da pessoa que se deixa cair na inércia e não cuida devidamente da sua higiene pessoal e do asseio da sua casa e do seu quintal. É a pessoa que prefere a pedinchice, em vez de fazer coisas de que é capaz e com isso ganhar algum sustento. É a pessoa que tem um vício que a destrói e que destrói outras pessoas. São os filhos que chutam para outros as responsabilidades de fazer o que estiver ao seu alcance para cuidar dos seus pais idosos. São as crianças e jovens que não progridem como deve ser nos seus estudos, que não gostam da escola e das quais a escola, por vezes, também não gosta, e que daí partem para trajectórias de marginalização. Poderíamos continuar com muitos mais exemplos de situações com dinâmicas de "círculo vicioso" como as anteriores, situações estas que são o que de mais difícil os vicentinos encontram nas suas visitas domiciliárias e que o mero distribuir de dinheiro e coisas não conseguirá resolver.
O que já poderá resolver alguma coisa é o vicentino que, em vez da visita domiciliária, se preocupa de, com essa visita, encontrar alguma maneira que possa ajudar a romper esses "círculos viciosos" para conseguir nem que sejam só "pequenas" vitórias: é a pessoa que antes não cuidava da sua higiene pessoal e do asseio da sua casa e que finalmente começa a ter alguns comportamentos de asseio, mesmo que muito insuficientes; é a pessoa que antes preferia a pedinchice e que finalmente começa a produzir alguma coisa que sabe fazer, em vez de a ir pedinchar a outros; é um filho que começa a fazer alguma coisa pelos seus pais idosos a quem antes pouco ligava, etc.
Para se chegar a estas "pequenas" vitórias, a visita domiciliária é precisa, mas não pode ser uma visita de mera rotina, ou só para levar dinheiro ou coisas às pessoas visitadas. A visita domiciliária precisa de ser feita com a preocupação de procurar formas de romper os "círculos viciosos" em que as pessoas visitadas se encontram, de modo a conseguir vitórias como nos exemplos atrás referidos, mesmo que essas vitórias possam parecer "pequenas".
Que Deus nos ajude a procedermos assim porque isto é difícil e sem a Sua ajuda não conseguimos!
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Américo Mendes