CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

A vida não está fácil para quem trabalha na acção social

Sempre foi assim, mas, também nos dias de hoje, a vida não está fácil para quem trabalha na acção social. Quem o faz em organizações assentes essencialmente no voluntariado, como é o caso das Conferências Vicentinas, sabe bem que, se é possível mobilizar alguma colaboração voluntária para tarefas pontuais, é muito difícil consegui-lo para as que exigem mais tempo e mais compromisso.

Quem trabalha na acção social em organizações que precisam de colaboradores remunerados e onde os gastos de pessoal representam uma percentagem muito elevada dos custos, sabe bem que é muito difícil angariar donativos e financiamentos públicos que evoluam de maneira a conseguirem acompanhar o necessário aumento daqueles e doutros gastos.

Além disso, as organizações que não podem prescindir de financiamento público e também as que são financeiramente auto-suficientes estão sujeitas a uma regulação pública que, sendo necessária, é exercida de uma forma que deixa muito a desejar.

Por isso, agora como sempre, continua a ser verdade o que Cristo disse: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos" (Mt, 9-32). Que Deus nos mande trabalhadores não só para as tarefas pontuais que é preciso realizar, mas também, e sobretudo, para as que exigem mais esforço de compromisso com o nosso Próximo.

Américo Mendes