CARLOS GONÇALVES

Pai, cresci contigo do meu lado preparando-me para a vida. Mas para a tua partida, não houve nada nem ninguém capaz de me preparar.

O Pai deixou um vazio muito grande na minha vida, um espaço que ninguém poderá preencher jamais.

Sinto saudades pai, saudades eternas! Pois passe o tempo que passar, aconteça o que acontecer, nada nunca poderá apagar a tua memória do meu coração. Nunca deixarei de sentir saudades tuas. Descansa em paz, Pai!

Carlos Gonçalves (Filho)


No despertar desta segunda-feira (18 de Maio), toca o telefone e, pela voz do Almeidinha, a mando do nosso Padre Júlio, informa: faleceu o Carlos Gonçalves. Sabia que não andava bem de saúde, mas não sabia que o Senhor o chamaria tão rapidamente.

Recordo-me dele muito novo, ainda na Casa Pia, nosso primeiro Lar, enquanto se construía a Aldeia da Casa do Gaiato. Nessa altura, fazia parte do grupo de cozinheiros com o Constantino e o Luís «Velha». Sempre atento e cuidadoso foi subindo na consideração de Pai Américo, que o nomeou chefe do Lar do Porto. O tempo foi rolando... e casou em Braga com a bênção de Pai Américo. Mais tarde, foi para Moçambique e aí permaneceu alguns anos. Quando nos visitava, mostrava sempre o gaiato que era.

Foi um bom companheiro. Recordo-me que, em 1951, quando eu estava internado, tive autorização para ir passar a Páscoa a Paço de Sousa, na Casa do Gaiato, mas não tinha transporte. Carlos Gonçalves tinha lugar no carro de família amiga que também lá se deslocava e sabendo do acontecido, cedeu-mo...

Para toda a família e em especial ao seu filho Carlos Gonçalves, a minha saudade e o meu pesar. Que o Senhor o tenha em Paz.

Manuel Pinto