
CALVÁRIO
«Os homens fortes são aqueles que conhecem a sua fraqueza.»
Ecos de pensamentos de Padre Américo, p.91.
Celebrámos no passado dia 11 de Fevereiro mais um Dia Mundial do Doente. Cá em Casa fomos à Capela Espigueiro para dar graças a Deus por esta comunidade viva que faz viver no coração dos residentes e dos amigos o apelo de Pai Américo para acolhermos os mais vulneráveis e frágeis. E são tantos aqueles a quem deveríamos bater à porta! Envergonhados e sem força que se mantêm longe e ao largo. É preciso vencer distâncias.
Pensámos em todos e cada um dos que cá vivem com o seu historial humano e clínico e como merecem ser tratados com dignidade e atenção… como sempre, aliás!
Não ter família de todo ou não ter família capaz de cuidar não é um drama, se a Igreja assume essa missão como um acto de evangelização dos mais pobres e necessitados. É disto que se trata no Calvário.
Temos visto pela televisão e redes sociais o Papa Francisco assumir a sua debilidade não como limite, mas como participação nos sofrimentos de Cristo e de toda a humanidade, e são muitos os focos de sofrimento no nosso tempo! Para esse dia ele referiu, na sua habitual mensagem, citando São Paulo aos Romanos (5, 5) que: «A esperança não engana», aliás, fortalece-nos nas tribulações.
São expressões reconfortantes, mas que podem levantar algumas questões, sobretudo em quem sofre. Por exemplo: como é que nos mantemos fortes quando somos feridos na carne por doenças graves, que nos incapacitam, que talvez exijam tratamentos cujos custos vão para além das nossas possibilidades? Como fazê-lo quando, não obstante o nosso próprio sofrimento, vemos o daqueles que nos amam e que, embora próximos de nós, se sentem impotentes para nos ajudar? Em todas estas circunstâncias, sentimos a necessidade de um apoio maior do que nós: precisamos da ajuda de Deus, da sua graça, da sua Providência, daquela força que é dom do seu Espírito (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1808).
Nesse dia procurámos uma reflexão sobre como Deus Se faz presente aos que sofrem. Esse exercício foi um encontro, um dom e uma partilha. Esperamos ter concretizado o desejo.
É verdadeiramente um mistério este ministério da presença de Deus aos doentes através das mãos e do coração daqueles que servem os que precisam de um cuidado e de um carinho.
Padre José Alfredo