
CALVÁRIO
No último domingo de Janeiro, dia 26, a Associação dos Antigos Gaiatos veio ao Calvário de Beire cantar as Janeiras. Vieram de coração cheio e com um repertório de canções populares bem diversificado. Trouxeram os seus instrumentos e alegria suficiente para contagiar os membros da Casa. Apesar do frio e da chuva foi uma tarde muito calorosa. O ritmo, as palmas, o trinar da guitarra, o som dos ferrinhos, o bombo, o acordeão, a pandeireta, as vozes, tudo concorreu para uma rica harmonia humana e cristã. Era ver a alegria da Luisinha e da D. Joaquina. Do mesmo modo, apesar da sua fragilidade, a Adelaide ia entoando as melodias. O Sérgio Manuel e os outros rapazes estavam radiantes. Todos foram acolhedores e simultaneamente acolhidos. O Albano recordou os tempos em que cá vinha cativar a sua pequena orquestra. Ficou de voltar de forma programada. A música é a antecâmara da alma e tornou o ambiente daquele domingo mais ressuscitado, porque mais humano, encarnado, realista.
O Calvário vai assim dando corpo à sua missão de cuidar dos mais frágeis aceitando humildemente o contributo dos mais robustos. É uma lógica de caridade cristã importante e simples, mas eficaz para quem reside e para quem visita.
Estiveram presentes alguns amigos que nos honraram com esse gesto. Havíamos feito o convite na Eucaristia da manhã, no domingo da Palavra! Para eles reacendemos a lareira no refeitório, onde preside um retrato do Pai Américo, recentemente pintado por Cláudia Santos e que nos foi generosamente oferecido por um amigo.
No final lanchámos todos juntos e veio ao pensamento de todos a certeza de que é bom darmo-nos a paz, foi isso que celebrámos nessa tarde: Cristo a paz universal para um mundo cada vez em tensões. Valeu a pena.
Padre José Alfredo