
CALVÁRIO
Toda a Igreja de Deus está organizada em diversas ordens, de modo que a integridade do corpo sagrado subsiste na diversidade dos seus membros. Apesar disso, como diz o Apóstolo, somos um só em Cristo Jesus. A diversidade de funções não é de modo algum causa de divisão entre os membros, já que todos, por mais humilde que seja a sua função, estão unidos à cabeça. Na unidade da fé e do Baptismo, formamos uma comunidade indissolúvel, na qual todos têm a mesma dignidade.
Dos Sermões de São Leão Magno, papa, (Sec. V)
O Calvário é um corpo, em carne viva, tocado pelas doenças físicas e psíquicas. Corpo que sente e que toca muitos dos que se aproximam para ver tão assombroso espectáculo, e que acabam a contemplar a beleza de uma carne ferida e débil. Tocados pelos gestos, pelas palavras, pelas vontades. Muitas vezes desconcertantes e interpelativas.
É o desafio de uma vida dialogar aqui e agora com quem não foi capaz aprender uma forma e uma semântica para se exprimir de forma humana.
As obras num dos edifícios do Calvário, obras que se aproximam do final, vão precisar de novas camas e nova mobília. Os nossos leitores poderão participar nesta função de ajudar a adquirir esses equipamentos. Ficaríamos muito agradecidos. E sobretudo isso seria sinal de comunhão e compromisso com o mundo onde estes nossos irmãos cumprem as suas vidas.
A pobreza desejada por Pai Américo e Padre Baptista é um exercício de criação, de participação num mundo mais evangélico. É um serviço aos mais pequenos para que cresçam na estatura de Cristo, que se empobreceu para nos enriquecer com um caminho, uma verdade e uma vida.
Dar nunca é ficar com menos. Dar é compromisso existencial para com muitos que foram vítimas de estruturas de pecado social, como o abandono ou o esquecimento.
Padre José Alfredo