CALVÁRIO
Há dias, o Padre Fernando informou-nos que o projecto de reabilitação dos pavilhões está concluído e que seguramente as obras começarão no princípio do próximo ano. É uma feliz notícia para todos nós... especialmente para os doentes que estão, os que regressam e os que a pouco-e-pouco irão entrando.
A Fatinha pergunta, dia sim, dia não: «quando regressa o Padre Fernando?»... Outros, perguntam em Angola ao Padre Fernando: «Quando regressa o Padre Rafael?»... Outros «e Padre Telmo?»... E outros ainda «e Padre Baptista?» - evidentemente todos perguntam pelo Pai da Casa.
Como dizia o profeta Isaías «não podemos apagar o pavio vacilante». Na vida de cada doente está escrita a essência do Calvário. No dia-a-dia, na preocupação quando um está doente... em como realizar as tarefas ou colaborar em Casa. Não é necessário fazer um novo Calvário porque está vivo em cada um deles...
No Domingo passado, a senhora Rosa, depois da Missa, levou a almoçar em sua casa um grupo de rapazes que trabalha na agricultura. O motivo: a senhora Rosa fazia anos e queria celebrá-los com eles... Quando regressaram seus rostos reflectiam felicidade... sobram palavras. No dia seguinte comemos castanhas, por São Martinho... novamente sobram palavras. Quando celebramos o quotidiano, não perdemos o sabor de viver.
Muitas coisas tenho falado com Padre Telmo e uma delas sempre termina com um silêncio... a necessidade de Padres... o problema das vocações. Sempre me questiono se realmente fiz tudo o que podia neste aspecto... Uma das maiores revoluções do Padre Américo foi o seu modo de viver, seu ser sacerdote diocesano com uma opção pelos pobres. Hoje, como ontem, continua sendo uma chamada (um pequeno fogo que se dá, se propaga, se comunica para não se apagar...).
Padre Rafael