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Doutrina

O substantivo doutrina designa os fundamentos e/ou ideias que, por serem essenciais, devem ser ensinadas. Também se entende por preceitos básicos que compõem um sistema (religioso, político, social, económico etc). É ainda um Sistema que uma pessoa passa a adoptar para gerir a sua própria vida; norma, regra ou preceito. É o conjunto do que se utiliza para ensinar. Ensina-se e aprende-se a Doutrina na escola, na igreja e em outros centros académicos.

Aconteceu que estando em comunidade a rezar o terço a hora marcada no meio dos rapazes, ouviu-se tocar o som do telefone. Era o padre formador do seminário a comunicar que os seminaristas já estavam prontos para o início da catequese na nossa casa. No final da oração dei a notícia aos rapazes e grande foi a alegria de todos pelo início da formação catequética. Em todos os anos temos contado com a presença dos seminaristas scalabrianos que nos prestam este serviço pastoral importante para os nossos rapazes. O sino toca às três horas da tarde de sábado para o início da catequese. Nesta próxima semana vai ser a abertura do ano catequético em toda a diocese. O material vai ser também garantido, para proporcionar um trabalho mais proveitoso e positivo para os catequistas e para os catequizandos. Também um caderno para o efeito e uma esferográfica para os que já sabem escrever e ler. Um embrulho segue ao meio da catequese com o lanche. É o dia da abertura das actividades de formação catequética. Há lugar para todos.

A formação doutrinal é um elemento muito importante na vida de uma pessoa. Os fundamentos sempre garantem as bases necessárias para a sustentação da estrutura que se quer permanecer firme. No edifício humano acontece a mesma coisa. É necessário ter bases. O estudo do catecismo garante a formação sustentada destas bases sólidas para a vida espiritual vivida com convicção.

Os nossos «Batatinhas» vão acompanhados pelos seus catequistas - é o catecismo da iniciação cristã. É a preparação para o sacramento do baptismo. Primeiro o baptismo. Ele é a porta que se abre para o interior da assembleia dos filhos de Deus. Todos pelo mesmo baptismo. Pela mesma graça do baptismo. E pelo baptismo todos irmãos. Todos unidos pela mesma fé, pelo mesmo Espírito Santo. O dia do baptismo é um momento especial, marcado pelo nascimento de uma vida nova sem mácula, sem pecado. Depois segue o sacramento da Sagrada Comunhão. A mesa posta e a refeição, qual banquete preparado. Um Deus apaixonado, posto em minhas mãos para dar como alimento aos meus irmãos. É a fraternidade. É a família que se junta para comer a Páscoa juntos.

Seguem também bem acompanhados os adolescentes preparando-se para o Santo Crisma. A confirmação já bem perto da entrada para os pré-jovens. O sacramento da Penitência é frequentado quantas vezes forem necessárias. Normalmente é um padre confessor que vem ter com a comunidade. Os maiores já em fase quase de "finalista" do catecismo são os mais difíceis para a catequese. Julgando que depois do Crisma não há mais nada para receber do catecismo. É um engano. Que tremendo engano jovem. Há sempre muito mais para aprender sobre a nossa Doutrina Cristã. Deus é infinito e o conhecimento a seu respeito é sempre insuficiente. Neste ano para corrigir esta tendência de os grandes virem a abandonar a catequese teremos também formação juvenil. E se ainda assim não se sentirem animados para frequentar as sessões catequéticas iremos à paróquia para serem enquadrados em grupos e movimentos de apostolado juvenil. Deus é bom. Sobre esta certeza não deve restar dúvidas. A conclusão é de Pai Américo "É pelas obras da Caridade que os homens conhecem e se apercebem da existência de Deus. Caridade que não seja uma palavra vã, nem seja uma caricatura, muito menos uma pintura. Muito menos, ainda, a maneira como o mundo mentiroso costuma aplicá-la e apresentá-la" - estas palavras foram proferidas em Lisboa (Tivoli) pelo Pe. Américo Monteiro de Aguiar, em junho de 1956, um mês antes da sua morte. Numa célebre peregrinação de 13 de Maio, no Santuário de Fátima, disse aos milhares de peregrinos que ali acorreram que "eu não sei viver mais nada, eu não sei dizer mais nada, eu não sei sentir mais nada, senão somente o pobre e este crucificado..." (In: Ramos, José da Rocha; «Padre Américo - Místico do nosso tempo»).

Padre Quim