BENGUELA - VINDE VER! 

Semana Santa

Entramos para a vivência da Semana Santa com ramos de palmeira nas mãos, cantando Hossana ao Filho de David, Bendito o que vem em nome do Senhor, Hossana nas alturas, com o propósito de aceitar o convite que nos é feito "Sede santos como Deus é santo". Na véspera do Domingo de Ramos o chefe escolheu um grupo de rapazes para fazerem o corte dos ramos das palmeiras para preparar a procissão dominical, que foi à porta de entrada para o local da celebração - o nosso salão de festas. Tudo feito pelos rapazes; ramos com enfeites de outras flores do nosso jardim, as velas transportadas por dois acólitos, a cruz ornamentada em frente da marcha, os cânticos tão bem executados. Um domingo de cores da natureza.

As confissões foram marcadas e veio o confessor para atender os rapazes, auxiliando-os na sua preparação para a celebração do mistério Pascal. O caminho quaresmal está feito. A estrada para Jerusalém está aberta para subir com Jesus até ao Calvário através das estações da via sacra, na espectativa da passagem para a vida nova em Cristo.

A pandemia da Covid-19 continua a ditar várias restrições nas nossas celebrações, sobretudo sentimos isto nas cerimónias mais solenes. Mas apesar disto a vivência do Mistério da Fé continua sem perder a sua essência. Mesmo sem o abraço da paz dado e recebido de maneira calorosa a paz continua a ser dada e desejada para que chegue ao nosso irmão e à nossa irmã em Cristo. Mesmo sem o acto simbólico do lava-pés, a eucaristia da Quinta-Feira Santa continua a ser um grande momento na vida dos cristãos onde Jesus faz a instituição da Eucaristia, o mandamento do amor e o sacramento da ordem.

Os discípulos tinham perguntado a Jesus sobre o modo de preparação para celebrarem a Páscoa. Eles foram e prepararam tudo como o Mestre tinha indicado. A festa da Páscoa é vivida com grande entusiasmo em nossa Casa, - é a festa da vitória do Ressuscitado, o triunfo da vida sobre a morte, o sentido pleno da nossa Esperança posta em Cristo Ressuscitado.

Na última reunião de chefes, os rapazes perguntaram se poderíamos organizar já os preparativos para a festa da Páscoa. E assim aconteceu. Começamos pela marcação das horas das respetivas celebrações do tríduo pascal. Depois seguiram as opiniões ligadas a organização da refeição festiva. As compras foram feitas para termos um dia de Páscoa com alegria também à mesa depois de termos vivido com alegria os vários momentos da Missa.

O que foi possível colher no nosso campo também serviu para acrescentar sabores na nossa festa. Do nosso curral mandou-se abater três cordeiros para o jantar de Quinta-Feira Santa - a última ceia do Senhor com os seus discípulos. Para o Domingo de Páscoa dois porcos. Passei pela cozinha e vi os rapazes a partirem a carne. Tudo está em bom andamento. Há alegria e paz, então não há nada que possa roubar ao rapaz o prazer de sentir o amor com que é acariciado na nossa Casa. Um saco de farinha também foi comprado e fermento para os bolos. "Senhor Padre na Páscoa é com bolos", disse para mim um dos nossos que esteve em tempos a fazer um curso numa pastelaria. E acrescentou o aprendiz: "olha que quero testar o que aprendi e vais gostar". A ver vamos!

No Sábado Santo vamos acender o forno a lenha. Ficou combinado vir o padeiro de renome da cidade para ensinar a cozer o pão. É Páscoa é festa. É festa porque Cristo Ressuscitado é a nossa Páscoa.

A conclusão é de Pai Américo: «Primeiramente observamos de como é possível e suave ascender na alma destes Rapazes uma luz que alumia e aquece. É pelo amor. Eles sentem-se amados e procuram naturalmente amar. Não é por mais nada.»

Padre Quim