BENGUELA
Não vamos desanimar...
Hoje, Domingo, dia 24 de Novembro, celebrámos a Festa de Cristo Rei. A Comunidade da Casa do Gaiato, reunida na Capela para a celebração da Eucaristia, era uma verdadeira família. Os mais pequeninos, de coração unido aos mais velhos, mostravam a sua alegria nos cânticos fervorosos que brotavam dos seus corações. Jesus, Cristo Rei, vive nos seus corações. Foi o Seu Amor que os trouxe para a Casa do Gaiato de Benguela. Perderam a família natural que os deu à luz. Ficaram abandonados. O Amor de Cristo Rei encheu o coração da Casa do Gaiato e fez dela a Casa de Família destes filhos. Pai Américo, fundador da Obra da Rua, geradora das Casas do Gaiato para os filhos abandonados e do Calvário, casa de família dos doentes incuráveis, era um coração verdadeiramente apaixonado e dominado pelo Amor de Jesus Cristo. A situação social em que vivem muitos filhos é, na verdade, uma desgraça alarmante. Eram necessárias mais Casas do Gaiato, como já o temos referido. Faltam, porém, os corações verdadeiramente apaixonados pelo Amor de Jesus Cristo que os leve a deixar tudo por amor destes filhos. Não vamos desanimar. O Amor de Cristo Rei encontre os nossos corações abertos e disponíveis para fazer mais feliz esta porção da humanidade que vive na desgraça.
Há um problema aflitivo para alguns destes filhos da nossa Casa do Gaiato. É a necessidade urgente de emprego. Chegou o momento de continuar o seu futuro, vivendo do seu emprego. É um ponto muito importante na vida destes filhos. Chegam à idade de deixar a Casa do Gaiato para que outros possam ocupar os seus lugares. Têm a preparação necessária, nos vários ramos da actividade. Porém, tem sido muito difícil a sua colocação nos lugares de trabalho. O emprego seria a solução do problema pessoal futuro do próprio rapaz e permitia receber casos novos que necessitam de acolhimento. Este problema é, sem dúvida, aflitivo para muitos pais. Para esta nossa Casa de Família é causa de muito sofrimento. Vamos continuar com muita esperança e com muita dor. Sem dúvida, o emprego seria um factor de alegria para os próprios rapazes que se prepararam e uma oportunidade para acolher outros filhos abandonados que não podem ser recebidos na Casa do Gaiato, por falta de lugar. Vamos manter muito viva esta chama de amor alimentada com o coração. Que podereis fazer para nos ajudar?
Há oito dias, no dia 17 de Novembro de 2019, vivemos um acontecimento muito importante na vida da Casa do Gaiato. Foi o dia da eleição do Chefe Maioral desta nossa comunidade familiar. Pai Américo escolheu como lema da Obra da Rua, aplicado às Casas do Gaiato. «Obra de Rapazes, Para Rapazes, Pelos Rapazes». O Rapaz responsável, mais velho, tem um papel muito importante a desempenhar na própria orientação da sua Casa de Família. É o papel do filho, do irmão, mais velhos, na orientação dos filhos e dos irmãos. Pode não ser mais velho, na idade. O seu comportamento, porém, é gerador da confiança comunitária. Por isso, com regularidade, é eleito pela própria comunidade familiar. Aquele rapaz que recebe a responsabilidade de acompanhar e orientar a vida dos seus companheiros, irmãos, nas várias actividades da vida da comunidade. É, na verdade, o irmão responsável pelas actividades da vida familiar. O Chefe maioral é como o filho numa família, a quem os pais e os irmãos entregam a responsabilidade de acompanhar e orientar a vida familiar. É, sem dúvida, uma missão muito importante. Tem a missão de decidir, acompanhar a diversidade de tarefas. É, sem dúvida, uma missão muito importante. O pai de família vê sempre nesse filho o seu representante. Missão admirável e de muita responsabilidade. O FILIPE foi o Chefe Maioral eleito. Que desempenhe a sua missão com muita responsabilidade. Que os seus irmãos da comunidade familiar, em número de 112, colaborem com o cumprimento dos seus deveres. Temos esperança.
Padre Manuel António