BENGUELA
Unidos pela força do mesmo Amor…
Estamos no princípio do novo ano de 2019. Lançamos o nosso coração para os filhos que, ao longo do ano passado, viveram animados pelo nosso e vosso amor. Alguns chegaram à meta das suas vidas na nossa Casa do Gaiato. Abriu-se-lhes a porta da sociedade para viverem dignamente como cidadãos. É, sem dúvida, uma alegria muito profunda a ter lugar nos nossos corações. Esta Obra maravilhosa é fruto, também, do Amor dos vossos corações. Sem as ajudas financeiras e outras que os nossos benfeitores põem no coração da nossa Casa do Gaiato de Benguela, não seria possível levarmos por diante esta Obra social. Ao começar o novo ano, vamos manter a disposição de tudo fazer para continuar a nossa missão.
Começou o novo ano escolar. As crianças sem escola, na nossa sociedade, são muitas. Ao longo dos anos passados, a nossa Casa do Gaiato de Benguela fez tudo o que pôde para ajudar estes filhos. O número, porém, continua a crescer. É, sem dúvida, um sector importante da vida social a merecer a grande atenção das autoridades responsáveis. No princípio, a escola nasceu para os filhos Gaiatos. Muito cedo, porém, houve necessidade de novas instalações escolares. Os filhos dos bairros vizinhos precisavam, também, de acolhimento escolar. Nesta fase, é absolutamente necessária a intervenção das entidades oficiais para a construção de escolas ou adaptação de estruturas para esse efeito. Entretanto, as crianças dos bairros, com a idade para a frequência escolar, continuam a bater à porta da escola da Casa do Gaiato de Benguela. Faremos tudo o que for possível. Estamos, também, muito ocupados com a matrícula dos nossos rapazes nas escolas do ensino secundário. Queremos ajudá-los a alcançar o lugar mais alto possível. A nossa Casa do Gaiato tem sido acolhida sempre, com muito carinho, pelos responsáveis destes estabelecimentos de ensino. Por isso, temos esperança de que serão matriculados nessas escolas, embora algumas idades e deficiências nas médias dos resultados peçam um carinho excepcional.
O nosso coração está, neste momento, preocupado, também, com o número grande de pedidos para o acolhimento de novas crianças. Ao longo do ano, chegam, constantemente. No início do novo ano, queremos dar uma resposta positiva a alguns pedidos, dentro das possibilidades de acolhimento habitacional. Estamos a reflectir sobre as situações mais urgentes. Ao mesmo tempo, uma ou outra instalação residencial necessita de obras de restauro. Vamos fazer tudo o que for possível para bem destes filhos abandonados que aguardam a sua casa de família na nossa Casa do Gaiato de Benguela. É, sem dúvida, um problema social muito grave: crianças que vivem na miséria. Olhemos para estas crianças como filhos nossos. Ponhamo-nos ao seu serviço como os pais estão ao serviço dos seus filhos, unicamente movidos pelo amor. Que estes sentimentos estejam muito vivos nos corações de cada um de nós. Vamos, pois, fazer tudo o possível para acolhermos alguns destes filhos. Queremos estar unidos pela força do mesmo Amor. Doutro modo não será possível, sem as ajudas que os vossos corações têm partilhado connosco.
Neste últimos dias, muitos pobres estão a bater à nossa porta. A fome está a entrar na vida das famílias. Mães que não têm pão para comer nem para dar aos seus filhos. Não podemos ficar indiferentes. As vidas de cada ser humano não podem ser marcadas pelo egoísmo, mas pelo sentido da fraternidade. Vamos, pois, neste novo ano, com os corações muito unidos pela força do Amor, ao encontro destes filhos dentro e fora da Casa do Gaiato de Benguela, como pais vão ao encontro de seus filhos muito queridos. Recebei um beijinho muito querido dos filhos mais pequeninos da nossa e vossa Casa do Gaiato de Benguela.
Padre Manuel António