BENGUELA

Somos Casa de Família...

As Festas do NATAL e do início do novo ano passaram e encheram de alegria os corações dos filhos da nossa Casa do Gaiato de Benguela. A participação activa dos nossos queridos amigos e benfeitores foi sublime. Foi, sem dúvida, uma manifestação sublime de Amor. Os corações de cada um devem ter um ponto de referência central. É o Amor. Um coração que não ame, dum modo especial, os mais necessitados, em comunhão com todos os outros irmãos, não é verdadeiramente humano. Por isso, cada um de nós deve fazer tudo o que puder para amar os seus filhos até ao dom da sua própria vida. Deste modo, os filhos mais abandonados entrarão também nos corações generosos para serem ajudados e salvos. Como temos referido, a nossa Casa do Gaiato continua a ser procurada para dar a salvação a muitos filhos perdidos. Continuamos, contudo, com muita Esperança. A vossa ajuda, na dimensão do Amor manifestado com testemunhos orais e financeiros, é um motivo para caminharmos em frente. Não será possível, doutro modo.

Um dos problemas que afligem muitos pais é a falta de emprego para os seus filhos. Vivemos a mesma verdade: a falta de emprego para os nossos filhos, na idade oportuna, constitui um dos obstáculos para o acolhimento de novos filhos abandonados. A Casa do Gaiato não pode nem deve, como uma família normal, mandar os filhos para a rua, por causa da idade, sem meios para a subsistência pessoal e familiar. Somos a Casa de Família dos filhos sem família. Por isso, uma ajuda de muito valor para a vida da nossa Casa do Gaiato está na possibilidade de emprego para os seus membros, no momento oportuno. Foi com muita alegria que um destes nossos filhos recebeu a notícia do emprego numa empresa de muito prestígio. Está, neste momento, a preparar os documentos necessários. Veio para a nossa Casa do Gaiato de Benguela, ainda criança. Fez a sua preparação escolar normal para todos os filhos. Os bons resultados, fruto da sua capacidade intelectual e aplicação no estudo, levaram-no à frequência do Curso Universitário. Batemos à porta da Universidade Lusíada que nos fez a oferta gratuita para a preparação escolar deste filho. Teve resultados maravilhosos. Agora, surge o emprego no banco KEVE, onde vai ocupar uma função especial. Que seria deste filho da rua, se a Casa do Gaiato não o acolhesse? O grande beneficiário é o próprio rapaz. Mas a sociedade recebe este benefício admirável. Há muitos outros exemplos. É, sem dúvida, um benefício de alcance social, todo o esforço para salvar estes filhos do abandono e da perdição. Oxalá estes exemplos sejam um estímulo para que o coração de cada um de nós se abra sempre à generosidade para com a nossa e vossa Casa do Gaiato de Benguela. A mesma empresa tem as portas abertas para outro filho Gaiato. É outro filho abandonado que mereceu o carinho doutra universidade e terminou o seu curso com êxito. É também um fruto do vosso amor.

Na próxima semana, a partir dia 7 de Janeiro, um grupo dos filhos mais pequenos terá o seu período de férias na praia. Estamos, exactamente, no tempo de verão, neste litoral de Benguela. Aproveitamos a oferta gratuita das instalações, existentes na praia, dum grupo de Irmãs que nos possibilitam a estadia deste e mais grupos. É, sem dúvida, um período saudável que vai ser gozado por estes nossos filhos. O seu crescimento físico e humano, cheio de equilíbrio, recebe esta ajuda. Entretanto, estamos a preparar as matrículas para o novo ano lectivo de 2019.

Continuamos a preocupar-nos com a construção do muro para a protecção de parcelas importantes da nossa Casa do Gaiato de Benguela. A violação do referido espaço, por grande número de pessoas estranhas e suspeitas é muito preocupante. Há dias, esteve connosco o Rebelo da firma Oliveira e Ligeiro, na companhia dum funcionário da respectiva empresa. Visitaram os locais em referência. Sem as ajudas financeiras para levar, por diante, este empreendimento, tão necessário para a segurança das Instalações ligadas à nossa Casa do Gaiato, não será possível darmos passos em frente. Como sempre, temos esperança. Recebei um beijinho dos filhos mais pequeninos e queridos da nossa e vossa Casa do Gaiato de Benguela.

Padre Manuel António