BENGUELA
Tenhamos coragem...
Celebrámos a Festa de Cristo Rei, no domingo, 25 de Novembro. O amor e o serviço aos mais pobres são as qualidades desta Realeza. Por isso, os corações de todos os filhos da nossa Casa do Gaiato participaram, com muita alegria, nesta celebração da Igreja universal. Foi uma oportunidade maravilhosa para lembrar aos membros das comunidades paroquiais os seus compromissos com os mais pobres. Há uma necessidade urgente de lhes dar a mão, animada pelo amor. Os pobres batem à nossa porta com uma frequência impressionante. É, sem dúvida, sinal do abandono reprovado em que vivem. Vamos partilhando também com os mais pobres do que recebemos do vosso amor. A nível das comunidades civis, porém, há necessidade de corações verdadeiramente solidários com os pobres. Vão surgindo grupos, sem dúvida, muito sensíveis a estas situações de injustiça social. Não podemos esquecer-nos de que pertencemos a um Reino que tem como Cabeça Jesus Cristo Rei que manifestou o seu Amor com o dom da Sua Vida. É, sem dúvida, um chamamento a cada um de nós para mostrar o nosso amor aos pobres e mais desvalidos.
Pai Américo, o fundador da Obra da Rua com as Casas do Gaiato, foi um verdadeiro apaixonado por Jesus Cristo. O seu amor levou-o a dar sua vida pelos pobres, de todas as condições. Os filhos abandonados constituíram o seu tesouro. Do seu coração brotou para eles a Obra da Rua, na dimensão das Casas do Gaiato, Casas de família dos filhos sem família. Que o Amor de Jesus Cristo Rei seja, na verdade, para cada um de nós uma fonte de energia que nos permita fazer tudo o que pudermos pelos mais pobres e pelos filhos abandonados. A nossa Casa do Gaiato de Benguela é testemunha do Amor extraordinário de corações que a amam como um tesouro das suas vidas. Há corações que partilham seus bens com a nossa Casa do Gaiato. Este amor é tão fecundo que não seria possível mantermos o trabalho e o dom da nossa vida aos filhos abandonados. Vivemos, sem dúvida, num ambiente social desta nossa querida Angola, em que a miséria e a pobreza não permitem o egoísmo nas nossas vidas. Deixemo-nos interpelar por esta pergunta: Estamos, na verdade, a fazer o que podemos para ajudar a curar, com o remédio da nossa ajuda, cheia de amor, este mal terrível da miséria e pobreza extrema? Tenhamos coragem e não medo.
A nossa Casa do Gaiato de Benguela está a viver, ajudando esta multidão de filhos abandonados e os pobres que lhe batem à porta, graças aos corações generosos que partilham connosco os seus bens. Vivemos, deste modo, com muita confiança e com muita esperança. Que Jesus Cristo Rei partilhe com estes corações o Seu Amor, de tal modo que as suas ajudas sejam um factor de felicidade para as suas vidas pessoais e familiares.
Como temos anunciado, noutros momentos, os pedidos para o acolhimento de novos filhos abandonados continuam a ser muito frequentes. Estamos a tentar criar e refazer as condições necessárias para dar mais um passo em frente. Um dos pontos de apoio está na continuação da ajuda financeira que nos tem chegado, com admirável regularidade, dos corações que partilham o seu amor com estes filhos abandonados. Nesta fase da vida da nossa Casa do Gaiato de Benguela, há outra aflição muito preocupante. É necessário um muro para cortar com a invasão por gente estranha da área agrícola que dá acesso à zona residencial. Vamos tentar as ajudas necessárias para este serviço muito necessário e urgente. Necessitamos, sobretudo, do material em grande quantidade: Blocos, cimento. Esta aflição será, também, vencida com a ajuda que esperamos dos corações que sempre nos têm acompanhado.
O ano escolar chegou ao fim. Como acontece nas famílias naturais, todos os filhos não alcançaram os resultados favoráveis. Não é, contudo, motivo para desanimar. Vamos continuar, com esforço renovado, na busca da solução positiva, sem desfalecimento. Um beijinho dos filhos mais pequeninos da nossa e vossa Casa do Gaiato de Benguela.
Padre Manuel António