BENGUELA

Dia de Pai Américo!

Celebrámos a Festa da Obra da Rua com muita paz e alegria. O dia 16 de Julho foi um acontecimento que encheu os nossos corações do amor de Pai Américo. O nosso querido Padre Quim celebrou, nesse mesmo dia, o sétimo aniversário da sua Ordenação sacerdotal. Deu a sua vida à Obra da Rua, dedicando o seu sacerdócio ao serviço da educação dos filhos abandonados, na nossa Casa do Gaiato de Benguela. À semelhança de Pai Américo, sentiu-se invadido e conquistado pelo amor aos pobres e aos filhos sem família capaz de os educar. São os filhos das Casas do Gaiato. Por isso, o dia 16 de Julho encheu e continua a marcar o ritmo das nossas vidas.

A Festa da escola do ensino primário, na nossa Casa do Gaiato de Benguela, foi celebrada também, nesse mesmo dia. Pai Américo foi o seu Patrono escolhido, desde o princípio. Por isso, o dia 16 de Julho, dia de Pai Américo, é celebrado, todos os anos, como o dia de Festa da escola. Foi maravilhosa a multidão de crianças presentes. Eram acompanhadas, em parte, por algum dos seus familiares, residentes nos bairros vizinhos. A celebração da Eucaristia, presidida pelo nosso Padre Quim, foi o acontecimento central da Festa. A maior parte das crianças, oriundas dos bairros vizinhos, ficariam privadas deste tesouro escolar. A Casa do Gaiato de Benguela, desde o seu início, construiu o edifício da escola. Ao longo dos anos, com o aumento considerável das crianças dos Bairros vizinhos, foi necessário acrescentar novos espaços para o exercício desta actividade fundamental para a educação da pessoa humana. Por isso, a celebração da Festa da escola, no dia dedicado à memória de Pai Américo, encheu de alegria os nossos corações. A escola é um dos meios para ajudar um menino e uma menina a ser um homem e uma mulher. Sem este alicerce, temos as ruas e os bairros invadidos por corações miseráveis, sem um futuro com dignidade. Deste modo, a Festa da Obra da Rua, no dia em que Pai Américo deixou este mundo e foi para o Pai do Céu é um acontecimento com dimensão humana de muito valor.

A estrutura actual do edifício escolar ainda não é suficiente. O número de crianças aumentou de forma impressionante. A Casa do Gaiato não tem capacidade financeira para novas construções. Por isso, a Direcção da escola procurou soluções provisórias para grupos de crianças, ao ar livre, com o máximo cuidado, em relação ao ambiente da natureza, de modo que o esforço para o aproveitamento escolar dê os seus frutos preciosos. Temos esperança. As crianças sentem-se felizes. Deste modo, abandonam o espaço inútil dos bairros e ocupam um lugar, também ao ar livres, mas com frutos preciosos para a suas vidas no presente e no futuro. Vamos, pois, continuar a abrir caminhos para animar e salvar a dignidade humana. Os nossos filhos Gaiatos que frequentam a escola pedem um acompanhamento muito carinhoso e cheio de cuidado, para que possam ter os resultados escolares verdadeiramente dignos. Alguns constituem uma dificuldade maior do que outros, no sentido do aproveitamento escolar. São marcas que trazem consigo, do abandono em que viviam. O amor verdadeiro faz-nos sofrer também. Assim acontece com estes filhos que resistem ao esforço para um bom aproveitamento escolar. Temos que sofrer por amor deles. Os pais verdadeiros fazem esta experiência. A alegria dos bons resultados também acompanha a nossa vida. Há dias, fui com o Luís António à Direcção Provincial de Educação para que lhe seja concedido um lugar de professor. Terminou o seu curso universitário com resultados maravilhosos. Foi acolhido pequenino em nossa Casa do Gaiato de Benguela. Frequentou a escola e, de seguida, a universidade, graças a uma oferta da respectiva direcção. Teve uma classificação final muito boa. Buscamos, agora, o emprego para se lançar na vida, com verdadeira dignidade. É um fruto maravilhoso da acção social, em benefício dos filhos abandonados. Esperamos com muita confiança o bom resultado para o seu emprego. Regressei, há momentos, doutra Repartição oficial com o pedido de ajuda para outro rapaz que necessita de emprego para resolver um problema grave da sua vida. Os pedidos para o acolhimento de novas crianças abandonadas continuam a bater à porta do coração da Casa do Gaiato de Benguela. A vossa ajuda financeira é também necessária. Esperamos com muita confiança no amor dos vossos corações. Recebei um beijinho dos filhos mais pequeninos da nossa e vossa Casa do Gaiato de Benguela.

Padre Manuel António