BEIRE - Flash's
1. (…) Uma Casa na Pradaria… Ele já anda por aqui, uhi, há mais de… Quando cá cheguei para ficar (2015), ele era um senhor voluntário — desde há quando?!... Com o Alexandre e o Luís(1), já eles tinham encenado e ensaiado um teatro de Natal — tudo com prata da casa. Já tinham dado Catequese, já tinham passado filmes de educação e entretenimento, que sei eu… E o Varito sempre nos fala d'O Trinitá, d'O Rambo, d'O Bonanza, d'O James Bond… Filmes de Ação, em que cai milho com fartura e abundam as cenas de luta para ver quem é o mais forte.
Isso sempre prende este tipo de espectadores. Não sabem pensar direito, mas são peritos no sentir — porque não têm os nossos filtros sociais que tanto condicionam o nosso comportamento observável. Depois, já no meu tempo, com Pe. Baptista em Paço de Sousa, mas sem as mãos ao leme da barca de Beire, a mudança começou a acontecer. Em busca de um bem maior, mas sempre com os «assassinos de boa fé» de permeio. Porque, nós «humanos» somos assim — também somos «desumanos», muitas vezes…
Em termos de visibilidade, a grande «tarefa» da mudança começou a 07.09.2018. A quando da intervenção do ISS(2). De pouco saudosa memória, é verdade, mas, mesmo assim, foi ela que abriu as portas para um corredor que é preciso saber percorrer… Porque abre para muitos outros, ainda misteriosos, corredores… Que acreditamos venham carregados de Esperança de mais vida e vida em abundância...
A partir daí, há que pro+seguir no trabalho de criar um novo Céu e uma nova Terra… Agora, com Pe. Alfredo, de mãos ao leme, a tentar levar esta barca a Bom Porto. Esse «Porto Seguro» que não cessa de falar-nos de «eternidade». Coisa que sempre se cheira, mas só no tempo… Porque nunca se deixa agarrar nem parar nele… Daí que nunca houve, não há, nem vai haver um Calvário perfeito…
No convívio que, de terça a quinta, partilha connosco, hoje, apanhei-lhe esta, frente ao ecrã da televisão:
— Às três horas, estou aqui de novo para ver Uma Casa na Pradaria… É uma forma de, sem os amachucar, tirá-los dessas telenovelas que nem sempre… Digo-lhes que eu gostava de ver, convido-os a ver comigo, e passamos assim um bocado bem mais saudável…
Fui até lá trás — TV séries, 1987. Uma delícia, com a Isaurinha e 'os meninos', a não querer perder… E esbarro com o meu sonho de sempre — um «Voluntariado XPTO» (ver O Gaiato, n-º 1914, de 23.07.2017…). Que, mais do que dar miminhos aos «coitadinhos dos doentinhos», prossiga na busca, também para eles, de um novo Céu e uma nova Terra — «coisa» que, em teoria, é a busca comum do ISS e das forças vivas do Calvário…
Rumino: O voluntário, ou é um buscador permanente do mais útil e necessário para o Bem Comum da comunidade que quer servir ou pode tornar-se um sostrova…
2. … — A Patrícia comprou o meu quadro… Ela também já anda por aqui há muito. Quando cá cheguei, ela não era. Tinha saído, para cuidar dos pais — porque a caridade começa por casa, diz o velho ditado. Com base em S. Paulo e seu amor pelos «domésticos da Fé» (Gl 6, 10). Apareceu-me, por email, a quando da morte da Lúcia — uma indiana, ceguinha, que fora cozinheira aqui no Calvário. As crónicas de Beire fizeram eco disso em…
Resolvidos os problemas mais prementes da família de sangue, ela retoma os laços da sua família do coração — o Calvário. É com gosto que procuro partilhar o seu desassossego — ser palavra nova para o Calvário. Conversa com Pe. Alfredo e vai esticando o fio consoante o vento que sopra. Cria projetos socais — Voluntários em Movimento — de que «toda a ação social é também ação evangélica». Como quem não esquece que os «filhos de César» são também os «filhos de Deus» e vice-versa…
Do projeto Voluntários em Movimento fazem parte várias valências — expressão corporal e artística (biodanza, fisioterapia na água, pintura, barro e outras manualidades). A sua Sala de Atividades é um convite à re+flexão(3) sobre esta dimensão do ser humano — tão importante para o seu bem estar. Mesmo quando parece que o bem-estar deles já não é só o quentinho da sala, o rabinho seco e o papinho cheio…
Hoje, o Varito, cheiinho como um ovo, andava aí num sino. Ele já tem 74 anos. Nunca ninguém o ajudou a descobrir que a fome de beleza também habita nele à espera de vez para se expressar… Queria mostrar a tod@s uma pintura «fui eu que que fiz… A Patrícia(4) comprou»…
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1 O Alexandre, o Luís (profs Universitários) e o Pacheco (gestor industrial), mais a Maria dos Anjos (prof do Ensino Médio) eram os quatro ilustres do Porto que, ao sábado, testemunhavam ao mundo que já tinham descoberto que o ser «feliz» pede bem mais do que a estafada reverência à diabólica trindade do poder, do dinheiro e do prestígio…
2 Instituto da Segurança Social que, com todos os seus defeitos, tem os louros bem merecidos no SNS — glória do 25 de Abril.
3 RE+flexão. Há RE+alidades que gritam por nós. Não podermos omitir-nos. Porque «a omissão é o ato destrutivo mais poderoso».
4 A Patrícia do Varito é a nossa Diretora Técnica — Dra. Patrícia que, ao ver o quadro, encontrou esta forma de mostrar o seu agrado: — Ah, que bonito! Quero comprá-lo, para pôr no meu gabinete.
Um admirador
[Escreve segundo o acordo ortográfico]