BEIRE

Flash's As nossas 'eco+nomias'...

1. ... Olhos que a terra vai comer... Olho as obras. As nossas. Do 'nosso' calvário! Porque há por aí muitos calvários. O nome foi moda, para este tipo de... Mas este 'é uma palavra tirada do Evangelho". Não é mais um. Bonito, com obras bonitas e a descambar para "a banalidade das obras semelhantes". Não. Nós aqui (governantes, colaboradores, voluntários e benfeitores) ACREDITAMOS que, por ser "uma palavra tirada do Evangelho", é um Calvário 'do querer de Deus'. Para os últimos - por Ele amados.

Ponho-me a 'olhar'... Os homens por Ele amados. E as obras que estão em curso mai-las que "a Segurança Social exige que se faça, para podermos continuar de portas abertas".

Ouço Pai Américo: "Vamos precisar de dinheiro. Muito dinheiro". E, falando aos leitores d'O Gaiato - 'não podemos deixar estancar a fonte'... Deixo-me 'passear' pelas nossas economias e vejo Pai Américo, ainda em Coimbra. Já de volta d'O Pão dos Pobres, a 'sonhar' o que, na sua Fé crescente, já prevê o que 'Deus quer' dele. Sente-se impelido a fazer nascer essa Obra, a que mais tarde chamará Obra da Rua. De que o Calvário é apenas 'uma edição', no seu próprio dizer.

Paro-me a com+TEMPL+ar o 'mistério' estonteante da RE+lação1 de Deus com o homem e deste com Deus. Firmo-me no continuar a cultivar2 esta minha Fé de que 'Ele está vivo'. Mesmo vivo! Acreditar que 'Ele está no meio de nós'. A com+VIDA+r! Para nos 'dar mais vida e vida em abundância' (Jo 10, 1-10).

Todavia, com os pés bem assentes na terra, vejo-me obrigado a dizer-me-vos: SIM, Ele 'está vivo'. 'Está COMnosco'. 'No meio de nós'. Mas, para agir no tempo (Ele o Eterno), precisa de nós. Do nosso coração para amar os últimos - Seus predilectos. Precisa dos nossos pés e das nossas mãos - para O levar onde é preciso agir, erguer as obras que Ele quer. Precisa da nossa cabeça para fazer bem as contas - 'ajustadas' ao nosso dinheiro e à nossa Fé... É isto o que vejo com estes olhos que a terra há-de comer.

2. Mas... há também uma 'economia divina'... Deixo-me estar-com Pai Américo. Rumino o que disse e o que fez com o dinheiro. Aquele que era o seu - 'economias humanas' e aquele que lhe davam como 'recoveiro dos Pobres' - economia divina... Isto é, dinheiro que recebia para entregar. Mas muito bem entregue... "As minhas mãos são canal, não reservatório" (PdP 3, 80).

Recordo que, antes de 'mergulhar em cheio no Evangelho', se despiu de todo o seu dinheiro... Ainda diácono, deixou-o todo no Seminário de Coimbra, para uma Mútua do Clero. Alegando que "o dinheiro é estorvo"... E que "ninguém se atira à água sem saber nadar"... Ele que, em tanta busca d'o caminho que Deus queria para ele, aprendeu a nadar bem nas águas turbulentas da loucura do Evangelho...

Hoje é domingo. Mt 20, 1-16, a dar-nos a 'porção' do dia. Vejo ali um 'patrão' que olha o dinheiro (os 'denários' daquele tempo) não como mero instrumento para satisfazer a legalidade e descansar a sua consciência social. Não senhor. Ali, mesmo contra o resmungar de alguns que estavam à espera de mais algum, o 'patrão' mostra que, nas mãos dele, o dinheiro que lhe foi confiado é apenas um meio/instrumento para 'aliviar o sofrimento', para 'matar a fome', para 'criar igualdade' entre os que já têm trabalho e os que andam à procura dele.

Foi o que fez Jesus naquele tempo. Foi o que fez Pai Américo naquele outro tempo. É o que fazem hoje aqueles que, como o Papa Francisco, O seguem pautando a sua vida pela vida d'O Carpinteiro de Nazaré.

Vou até Paço de Sousa. Paro-me a olhar a mata, em frente da Aldeia dos Rapazes. Lá onde é a 'casa da mata'. Onde Pai Américo tantas vezes se refugiava para aqueles seus privilegiados tempos de 'silêncio e quietude'. Imprescindíveis a quem se deixou / deixa seduzir pelo terrível Carpinteiro... Lembro P.e Carlos e as nossas conversas, com sabor a 'mais vida'. - Está a ver aqueles muros de socalco por aquela mata acima... Um mau investimento... Nunca aquilo veio a dar o que ali se gastou... Mas Pai Américo, quando acabaram as obras aqui na Aldeia, para não deixar ninguém sem trabalho, quis arranjar que fazer para aquela gente...

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1 - Que tipo de 're' (coisa) está a clamar por uma 'lação' (ligação) a outra 're'; e, que outra 're' é essa ?! O que venho DES+cobrindo encanta-me. O homem é uma 'res sacra' ('coisa' de Deus - 'Res Divina'. Vista assim a História do Homem é também a História de Deus, em suas relações de reciprocidade, em busca de 'comunhão amorosa'...

2 - Gosto de olhar este 'fenómeno humano' a que chamamos FÉ sempre aparece como um extraordinário 'dom de Deus'. Claro que o é. Como o é também o sistema biológico de que somos parte específica. Mas, dito assim sem mais, parece que Deus dará d'ISSO' mais a uns que a outros. Não. Junto de Deus não há acepção de pessoas. Todos são 'filhos predilectos'. Acontece é que também a Fé nos é dada em 'semente'. Inerente à nossa 'vocação' (aspiração) à trans(As)cendência... Depois, compete a cada um cultivar esse 'grão de mostarda' - "...a mais pequena de todas as sementes"... (Mc 4, 26-34).

Um Admirador