BEIRE
Flashs da quinzena!...
1. Mil-e-uma tentativas de... - Imbigo!... São das nossas. Laranjas d'imbigo, oh!... Fui eu que troixe... Estou a tomar o pkn'almoço. Pomba achega-se, pega na laranja que tenho em frente e começa a desbobinar. Sempre que há qualquer coisa boa, ele tem de estar na razão de ser d'aquela bondade ali presente. Hoje, eram as 4 laranjas que pus na frente dos quatros mini+stros(1) aqui do Calvário - P.e Telmo, P.e Manuel António, P.e Rafael e eu. Trouxe-no-las o casal Júlio/Joaquina, para vós os quatro! porque já são das novas. As primeiras que colhemos este ano. Este casalinho, já bem maduro mas não podre (...), são filhos da Casa. Filhos e antigos cooperadores. Malanje deve-lhes muito. Por isso são tão do P.e Telmo e P.e Telmo é tão deles. Quase não há semana que não venham atéqui. Com um miminho pró P.e Telmo. Com o recado: - Foi a Margarette [filha] que fez! E, sempre que há festa lá em casa ou na casa dos filhos, eles aí estão com um bocadinho da nossa festa...
Enquanto saboreio a laranja, este flashzito (ternura do casal e intervenção pombalina...) levou-me a viajar memórias adentro. À necessidade de protagonismo do nosso Pomba. E à de tantos/as que comigo já se cruzaram e se vão cruzando ainda. Como meus amigos e professores que me alertam a ver se eu, de uma vez por todas, caio na conta de que também eu, tantas vezes, armo em protagonista. Disto, daquilo e daqueloutro. Armar! Como que a pedir palmas para este grande artista (...) do ridículo!!!
Pego no meu livrinho de cabeceira - A Biografia do Silêncio, Pablo d'Ors, Paulinas, 2014. Leio, releio e treleio as pgs, 8, 49, 107, 110, 133, 134, 149 e 151, que já tenho assinaladas como medicação a tomar. Sempre que caio na conta, tomo consciência de que estou a ser atacado por esse inimigo de estimação que dá pelo nome de ego, ou nosso pequeno eu. Muito im+PORT+ante na nossa vida(2) , mas um filho-da-mãe (um sacanazinho...) que, se o deixamos à solta, dá cabo da nossa vida. É míope e não vê mais além que o seu próprio umbigo - que fica sempre muito perto...
Trago P.e Baptista, P.e Júlio e P.e Telmo pró pé de mim. Cada um de seu jeito são eles os chamantes desta minha vocação tardia (ou retomada?!...) - voltar às minhas origens... Apesar da idade, que não perdoa. Com eles assim comigo, dou graças pelo que vou aprendendo nesta escola, nesta universidade, onde os diplomas não são papeláveis... Mas onde me não faltam oportunidades para ir tomando consciência das mil-e-uma tentativas, diárias, de domínio deste meu estuporado pequeno eu. Tentativas de domínio! Sobre o meu EU verdadeiro; meu EU profundo; meu EU autêntico. Esse MELHOR DE MIM que sempre me puxa para a UNI+dade, com,UNI+dade, fraternidade - na reciprocidade da comunhão amorosa. ISSO que, no mais fundo de mim, sempre apela a essa trans+(As)cendência que me catapulta para o meu papel de cabouqueiro na construção do reino do Um com o Pai, para que todos sejam UM...
Obrigado, Abba, meu Pai/Mãe em Quem todos somos e vivemos!
2. - ... Aaana sentá ali ó pé da gente!... O pedido repete-se, em muitos dias e em muitas ocasiões. Vindo dos nossos Rapazes e/ou vindo dos nossos Doentes. Sempre, logo secundado por mais e mais vozes - oh, aaana! Sentáli. Tamén... Nunca tens tempo!...
Quando ouço este grito/pedido de atenção, seja dirigido a mim ou seja dirigido a qualquer dos mini-stros desta Casa de Deus(3), parte-se-me o coração. E, quando vejo ora P.e Rafael, ora P.e Fernando, ora P.e Telmo, ora P.e Manuel António ali assim, com todo o tempo do mundo, só para estar-com eles, sinto-me roído por santa inveja e prometo que, na próxima chamada, vou largar tudo e vou estar-com-eles. Só para estar. Depois, é o meu corre-corre (riscos de me tornar um correcorrodependente!...). E a luta interior para cumprir os meus propósitos firmes de emenda...
Penso no preciosíssimo trabalho de alguns voluntários que, em visita aos nossos, já começam a aparecer. Só para estar ali assim, com a Fatinha, a Tinita, a Luisinha, o Diamantino, o Sem Nome, o Nana, o Tirapicos,... Ajudando-os e deixando-se ajudar por eles. Dar uma voltinha a ver o sol, regar as plantas, limpar aquele cantinho, ver as flores, ... Sempre tanto que fazer.
As obras avançam. Em breve iremos buscar os nossos que foram vitimados pelos assaltos intempestivos do vírus seg. social-2018... O Voluntariado que fez grande este Calvário precisa começar a ensaiar novas formas de estar-com-nosco. Voluntariado tarefeiro, em tarefas de lei, está proibido. Mas... Há ainda tanta coisa linda, necessária e útil para se fazer por aqui - para COM+strução do Reino !...
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1 - Gosto do sabor primigénio desta palavra ministro. Isto é, aquele que é escolhido, designado para servir os irmãos que precisam do apoio da comunidade. Ministros! Dos mini - os mais pequenos!
2 - Este nosso b é muito importante na nossa vida porque é o "encarregado geral" do nosso bem-estar. Só que, como é cegueta e muito pouco inteligente, só pensa na satisfação imediata das nossas necessidades. Sem distinguir se são autênticas ou se são necessidades da moda; ou até de dependências já contraídas...
3 - Que me perdoem os literalistas, lá das Escrituras... Mas eu gosto de
olhar para o nosso Calvário (nosso! Isto é, de quem o ama...), como uma
Casa de Deus. Um lugar onde Ele recebe os Seus preferidos - os últimos,
sempre a cheirar a ovelha, a cheirar a curral...
Um admirador