BEIRE
Em família, no Dia de Pai Américo
Gosto de ruminar estas coisas de Associações dos Antigos... Quanto mais me adentro nestes temas, mais me sinto embevecido pelo sonho que as acalenta. E mais grato ainda pelo que ali se faz. Com todas as verdades e mentiras que a nossa condição humana sempre implica. Fui chegando a esta conclusão, ao estar com quem co(m)manda e com quem adere ao co(m)mando de cada associação. Cada um com seu jeito de co(m)mandar e/ou de aderir ao co(m)mando. Mas uma coisa se me impõe: Estas Associações não vivem daqueles que, sistematicamente, se põem de fora a mandar uns bitaites sobre o que se devia fazer, o que se faz e/ou deixa de se fazer. Elas vivem, sobretudo, do amor e da entrega daqueles que se deixam tocar pelas dinâmicas que movimentam estas iniciativas. Que sempre encerram alguma "ciência do divino" - no +profético dizer de Pai Américo. Vêm pais, vêm filhos, vêm netos, vêm cônjuges, vêm amigos. E, ao que vêm, o que move cada um a vir, só cada um pode saber. Certo é que vêm. Entram e fazem parte da Família. Cada um com as suas histórias. Mas todos, mesmo sem darem por isso, nos revelam muito dos valores que comandam a sua vida. E que vão passando aos seus. Também através destes Encontros - numa dinâmica de uns-eus-com-outros-eus...
2. Nas festas do "Dia do Pai Américo"... Sentia-me um bocado filho pródigo que andou por lá (...). Não tanto a esbanjar, mas a aprender a ver mais longe (...). Agora, porém, ao ser trazido2 de novo para aqui, neste Dia do Pai Américo, com seus rituais, suas tradições e novas iniciativas, eu capto poesia, capto encantos e mistérios que me desbordam. Tanta coisa bonita que acontece nestes encontros! Porque, mesmo feitos do barro, somos habitados pela massa de Deus. Somos barro portador do divino. Daí esse ressurgir de todas as crises; daí esse mundo de novidades de ano para ano. E de direcção para direcção. Tudo a deixar em nós aquela gostosa saudade que acompanha o descongelar / acordar de velhas e velhíssimas memórias do coração. Coisas que, muitas vezes, já nem sabíamos que ainda andam aqui escondidas. E que festa, quando a evocação d'aquele caso, no-las traz ao de cima! Como uma fonte de onde jorra mais vida e vida em abundância (Jo 10, 10).
Este ano, no Dia de Pai Américo, entre muitas outras, registei esta surpresa. Foi o Tony Gaiato (Peixeira). A recordar um outro Peixeira, da década de 60. Conversa puxa conversa. Crónicas d'um admirador. E lá estamos nós a recordar vidas e pessoas, acabando com esta dedicatória, na 1ª pg da carpeta3 de notas que apresento na foto: Oferta da Associação Ant. Gaiatos do Norte, ao Dr. Abel / Frei Simeão / Um Admirador. Aquele Abraço. Com assinaturas do Elísio, Miguel e Tony Gaiato. Assim, com estes carinhos todos, até me dá vontade de escrever mais e melhor. Obrigado.
3 - Os Gaiatos de Beire também foram à festa... Pela terceira vez, arriscámos ir com os nossos. Sem obrigar ninguém, todos são convidados. E até o Carlitos, desde que haja um olhar amoroso sobre ele, consente em ir - o lixo espera para amanhã... E logo diz que eu gotei da feta... Também o Tirapicos (que, enquanto vir comida na frente, não sabe parar de comer) soube portar-se bem. Fiquei ao pé do Mário para ele tomar conta de mim. Se não como muito e depois vomito...
E a tarde, com música da Banda da Associação?! Ui!, aí é que o Nandinho, o Sem Nome, o Carocha e também até o Tirapicos, puderam mostrar que a música tem um grande poder de aproximação. Dançaram - sozinhos e/ou com quem a eles se chegava. Riam. Cantavam. Regiam a banda... - Beire é que faz a festa -, ouvia-se dizer. - Que bem que eles se portam! Melhor que muitos ditos normais.
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1 - Os filhos teimavam que "ele não quer desfazer-se d'aquilo por uma casmurrice de velhos"... Eu vivia no Porto. Pediram-me para falar com ele. - Ele, a ti, ouve-te melhor!... Sondei a ver o que se passava. Resposta pronta: - Bom, tu ainda não tens idade mas, porque tens estudos, és capaz de entender. Eles não têm estudos e ainda não têm idade... Depois, pode ser que entendam. E o que ele me contou tem a ver com a importância das memórias do coração para o equilíbrio da gente. Sempre que as descongelamos / acordamos, elas actuam em nós como fonte de mais vida. É das Ciências do Homem e que a Análise Transacional trata tão bem no capítulo d'Os Toques - fonte de vida. Coisas a tratar aqui um dia - para melhor entendermos as riquezas inenarráveis deste nosso Calvário...
2 - Gosto de manter-me consciente deste facto: Não fui eu quem tomou a iniciativa de voltar a esta, também minha, Casa Paterna. Foi P.e Baptista e P.e Júlio que me foram buscar, em doce convite. Que muito agradeço, pelas riquezas inenarráveis que me está trazendo.
3 - Pelo que me foi dado perceber, o Tony comprou um quadro a óleo da Casa do Gaiato que outro gaiato - o José Ponte - pintou. Porque está ligado a uma gráfica, este ano, a surpresa foi: mandou fazer umas dezenas de carpetas para anotação de e de e de... Para capa da carpeta, mandou imprimir uma reprodução da pintura a óleo do José Ponte. Depois... a oferta do que cada um quisesse dar, era para entregar à Associação.
Um admirador