ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO NORTE

23 de Outubro = Vida = Morte = Vida

Numa Capela tão linda

Arde uma luzinha infinda 

Ao pé duma campa rasa; 


Venho lá pedir a Deus 

Perdão prós pecados meus 

E rezo ao Pai desta Casa! 


Quando ali estou, dentro dela 

Abre-se-me uma janela 

Que mostra dentro do Céu 


Um Santo que Jesus tem, 

E que me guia d'Além, 

Para mim nunca morreu! 


Há cento e trinta e dois anos 

O mais novo de oito manos

Nasce a vinte e três de Outubro;


Galegos é a terra natal.

Trás Alma sacerdotal

E vai pôr Portugal ao rubro!

«Quero ser Padre» ele diz

Viu em S. Francisco de Assis 

O exemplo da Humildade.


 Cô'a "martelada" da certeza 

Vai lutar contra a pobreza: 

A chaga da Humanidade! 


Logo viu ao seu redor 

Crianças a pedir Amor. 

E com uma ideia sua 


Aos órfãos da sociedade 

Acolhe-os em comunidade 

E funda a Obra da Rua! 


«É louco» muita gente diz. 

Dá aos pobres pelo País 

Tanta casa ao desbarato; 


E constrói, sem ter dinheiro, 

Um projecto pioneiro: 

As aldeias pró Gaiato!

Fugir à desgraça, quem ousa?!

Em Coimbra e Paço de Sousa

Vivem-se dias de alegria:


Há escola... cama... mesa... 

E o rapaz trabalha e reza Como 

Pai Américo pedia! 


Ao lembrar o seu nascimento

Pressinto, que neste momento,

Ao Estado lhe convém


Aumentar a riqueza sua...

Mas as Casas da Obra da Rua

São dos pobres e de mais ninguém!


Cada um no seu lugar

Deve este dia guardar

Para sempre no coração;


E festejar por dois motivos:

Nasceu o Pai dos desvalidos

E faz anos a Associação! 

Elísio Humberto