ASSOCIAÇÃO D0S ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO NORTE

PÁSCOA - Na época de Abril, em que celebro o registo do meu nascimento e começo da minha sorte no mundo, a quadra da Páscoa provoca em mim mais emoção do que o Natal. Quando ainda tão jovem me apaixonei pelos escritos de Pai Américo, por força do meu apego como filho da Obra da Rua à sua pedagogia, aqueles textos sobre a quadra Pascal deixavam-me em pranto e a meditar: «A nossa Páscoa é Cristo crucificado». E neste aprofundar dos seus ensinamentos, do seu gosto, do sentido tão humanamente devoto a Deus, há muito que trago num apontamento para afirmação ao que digo, palavras sábias do Pe. Dr. Avelino Soares: «Muita gente ignora que a raiz da Obra da Rua está na alma sacerdotal do Padre Américo». E Pai Américo confidenciava ao mundo: «"Pascha nostrum imolatos est Christus...", eu peço desculpa da impertinência do Latim, mas sabe-me tão bem. Gosto de dizer tal qual vem nas cartas do Apóstolo. "Ressurexit"... mais desculpas, mais latim: "Ressuscitou"».

Com este espírito, desejamos que todos tenham tido uma Santa e feliz Páscoa.

COMEMORAR O 25 DE ABRIL - Diz o ditado: "Abril águas mil..." e este Abril deu perfeito sentido ao ditado popular. Claro que se desejava no dia 25 umas tréguas, mas foi precisamente dos dias que ela mais caiu aqui pelo Vale do Sousa e na freguesia de Rans. Tínhamos o compromisso da nossa presença para abrilhantar com a Tuna Musical o dia da Liberdade e o aniversário do CRDR. Então, chegámos no início da tarde e as condições meteorológicas eram tão adversas que vislumbramos no rosto dos presentes o temer de debandada. Pensando à Abril, as quadras da "Trova do vento que passa" pairavam naquele instante:


Vi meu poema na margem

Dos rios que vão p'ro mar,

Como quem ama a viagem

Mas tem sempre de ficar.


O tempo descarregava o frio, o vento forte e a chuva... e no ensejo duma alvazelha do momento:


Mas há sempre uma candeia

Dentro da própria desgraça,

Há sempre alguém que semeia

Canções ao vento que passa!


O Miguel tomou a iniciativa e montou-se o sistema de som. Os tocadores da Tuna "aconchegaram-se" por debaixo dum tolde a pingar por quanto é lado e a nossa participação arrancou húmida e perfumada pelo fumo dum grelhador. Gerou-se um clima de alegria, de confraternização e de espectáculo alusivo ao dia da Liberdade e à colectividade aniversariante. Nem foram esquecidas as interpretações da "Grândola" do camarada Zeca e "Parabéns a você" dedicada aos da casa. Os nossos agradecimentos ao Povo de Rans e ao CRDR que nos acolheram o melhor que puderam num dia invernoso como este, mas as palavras de amizade e a gratidão pelos Gaiatos jamais serão esquecidas. Enaltecemos a coragem e determinação dos elementos da Tuna, cujo desempenho foi reconhecido pelos presentes, que neles viram o espelho da humildade, da garra e da coragem... à Gaiato!

Parabéns ao CRDR a quem desejamos as maiores prosperidades Culturais e Desportivas.

PASSEIO ANUAL - Continuam a ser efectuadas reservas no autocarro para o nosso passeio anual que vamos realizar já no próximo dia 25 deste mês à bela terra de Mondim de Basto. Será um evento inesquecível positivamente. Vejam que até o "Hino de Mondim" é um convite ao visitante desconhecedor ou saudoso em lá regressar:

«Tem a fragância dos jardins do Minho.

Tem a saudade do adeus a Trás-os-Montes.

Liga-se ao Douro por pinhais e rosmaninho

Onde desfruta dos mais belos horizontes.»

Gaiatos, Familiares e Amigos: Não percam esta oportunidade para vir confraternizar e passar um agradável dia connosco. Já só faltam uns dias e façam a vossa reserva no autocarro para os números do Maurício e do Miguel: 917414417 e 912163569. Até lá, Aquele Abraço.


DIA DA MÃE - DUAS MÃES

Nasci de ti, minha mãe querida.

Na ilusão e do desejo, tu engravidaste;

Nove meses no teu corpo a formar vida,

Só separados por um cordão, que tu cortaste!


Pegavas em mim ao colo, envaidecida:

— Que menino tão bonito traz aí!

— Como é parecido consigo! Coisa linda!

Tantos louvores merecidos para ti!


Mas, quando completei os cinco aninhos

Passei a ser estorvo na tua vida

E perdi o amor dos teus carinhos!...


Num Inverno sem Sol e à luz da Lua

Andava a vadiar!... que a minha sina

Era ter mais uma mãe: a Obra da Rua!

Elísio Humberto